Cadela é baleada por policial militar em São Luís, MA

Cadela é baleada por policial militar em São Luís, MA
Cadela Safira foi baleada por PM durante operação policial em São Luís. — Foto: Divulgação/ONG Dindas Formiguinhas

Uma cachorra foi baleada por um policial militar na madrugada da última quarta-feira (19) no bairro Recanto Vinhais, em São Luís. De acordo com Karina Leda, da ONG Dindas Formiguinhas, a cachorra vira-lata chamada Safira, latiu para um PM que estava em uma ação policial no bairro, quando foi atingida pelo disparo.

Vídeo: Cadela é baleada por PM em São Luís.

A cadela passou por uma cirurgia e está internada na UTI do Centro Veterinário Quatro Patas, no bairro São Francisco e não corre risco de morte. De acordo com os veterinários que cuidam do animal, a bala que atingiu Safira por muito pouco não a deixou paraplégica. A previsão é de que ela tenha alta no domingo (23).

“Ela se encontrava dentro da casa, no terraço da casa, quando eles [os policiais] passaram correndo. Ela se levantou e foi para frente ver e defender o território, quando desceu um policial da viatura e efetuou um disparo”, contou Karina.

O caso ganhou repercussão nesta sexta-feira (21), quando foi denunciado pelos donos do animal, por meio do perfil da ONG nas redes sociais. Segundo Karina, eles ficaram desesperados com a situação da cadela já que não tinham condições financeiras de levar ela a um veterinário.

Karina Leda explicou que por conta do feriado de Corpus Christi, não pode realizar um Boletim de Ocorrência (BO) para registrar o caso. Ela afirmou que está sendo orientada por uma pela advogada Camila Maia, presidente da OAB-MA de proteção animal que deve procurar judicialmente a Corregedoria da Polícia Militar para buscar uma punição para o autor do disparo.

“O que nos impede muito é a questão da prova [do crime]. Nós não temos o projétil. Sem você ter a prova, o projétil, é impossível a não ser que a própria corporação da polícia auxilie nessa questão. O BO vai ser registrado como estatística já que nós não temos a prova. A doutora Camila irá nos auxiliar para tentar encontrar o culpado ou os culpados deste crime”, disse.

A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) informou que, até o presente momento, não localizou registro desta ocorrência por meio dos canais do Centro Integrado de Polícia e Segurança (Ciops). Porém, o Comando da PM disse que está apurando a denúncia e, caso seja confirmada, será aberto um processo interno para investigar o fato e tomar as providências necessárias.

O Comando da Polícia Militar declarou ainda que, em casos desta natureza, denúncias relativas à conduta dos policiais devem ser feitas à Ouvidoria da PM e que a vítima também deve registar Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima. Por fim, afirmou que “não compactua ou mesmo legitima condutas ilegais praticadas por seus membros, ou quaisquer atitudes que impliquem em maus tratos a animais domésticos e silvestres”.

Maus-tratos a animais no Maranhão

Este não é o primeiro caso de maus-tratos a animais que são registrados no Maranhão. Em agosto de 2018, imagens da câmera de segurança no bairro Residencial Pinheiros flagraram uma mulher atropelando os cachorros Pepe e Duquesa. O caso ganhou uma grande repercussão nas redes socais e revoltou internautas e artistas como Luisa Mell, Anitta, Preta Gil e Marcelo Adnet.

Dukesa (à esquerda) não resistiu aos ferimentos e Peppe (à direita) sobreviveu ao atropelamento. — Foto: Divulgação/Leila Cristina Oliveira

A cadela Duquesa não resistiu os ferimentos e morreu logo após o incidente. Após a repercussão, a enfermeira Ana Giselly Atan foi investigada pela Delegacia do Meio Ambiente e em novembro de 2018, foi condenada pela Justiça do Maranhão a pagar uma multa de R$ 20 mil pela morte da cadela Duquesa e dos maus tratos causados ao cachorro Pepe.

Em março de 2019, a Polícia Civil de Imperatriz no sul de São Luís, prendeu Pedro Barbosa Miranda de 39 anos, após ter sido flagrado arrastando um cachorro em uma moto pelas ruas da cidade.

Testemunhas afirmaram que o cachorro foi arrastado por vários metros. — Foto: Divulgação/Redes Sociais

Fonte: G1

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