Cadela resgatada quase cega e sem pálpebras após ser queimada com ácido

Cadela resgatada quase cega e sem pálpebras após ser queimada com ácido
Raya pode ter estado envolvida em lutas de cães.

Mesmo que Raya falasse, seria difícil descrever aquilo por que passou. A cadela foi encontrada no dia 7 de maio, na estrada de Hérouval, na cidade Montjavoult, em Oise (França), a beber água de uma poça. Quando virou o focinho, para encarar a pessoa que a queria ajudar, esta não deixou de levar as mãos à boca.

Annick Morin estava a conduzir quando viu a cadela indefesa. Não hesitou em parar o carro para a chamar, e não desistiu quando ela fugiu, após a primeira tentativa: “Vi-a a beber de uma poça e confiei no meu instinto e levei-a ao veterinário”, começou por explicar Annick Morin, ao jornal local “Courrier Picard”, aqui citado pelo “Daily Express”.

A Staffordshire Bull Terrier com cerca de dois anos foi imediatamente ao médico, onde os veterinários confirmararam que “ela tinha sido atacada com ácido”, devido à falta de pele em parte da cara, às queimaduras que deviam “ter entre duas a três semanas” e às infeções que, entretanto, tinham surgido. Mas a tortura não ficava por aí.

“Achamos que os antigos donos lhe cortaram as pálpebras e depois tentaram cozê-las de volta”, contou Élodie Sialelli, secretária do condado de Vexin. “Ela já não vê praticamente nada”.

Ainda que tenha um trauma para o resto da vida, a cadela adora pessoas: “Ela é muito amorosa e está sempre à procura de carinho”. Já com animais não se pode dizer o mesmo: “Ela não se dá bem com cães. Não sabemos o motivo, porque não conhecemos o seu passado”, confessa.

Raya, nome que as pessoas que a encontraram lhe deram, foi levada quatro dias depois, 11 de maio, para uma fundação de apoio animal, e já está a receber tratamento para “a crueldade sem misericórdia causada pela mão humana”: “O nosso longo e necessário apoio vai passar por tentar que ela volte a ganhar confiança com humanos, ao mesmo tempo que passa pelas cirurgias à cara e às suas pálpebras”, disse a fundação.

Enquanto a cadela recupera, está a decorrer uma investigação para averiguar os culpados. A pergunta que se impõe é se foi abandonada ou se fugiu para “pedir ajuda”. “Se é um doce com humanos, o seu comportamento com outros cães sugere que esteve envolvida em lutas de cães”, disse Régis, um investigador da associação.

Como o cão não tinha chip nem qualquer forma de identificação, não há forma de chegar ao seu antigo tutor, por isso a fundação pede ajuda a testemunhas ou pessoas que conheçam o animal, para “encontrar o autor deste ato bárbaro”.

Também em Portugal acontecem estes casos graves. Em abril, houve um cão queimado com água a ferver e ficou com grande parte do corpo em carne viva. Felizmente, já está a recuperar. Carregue na galeria para ver algumas fotografias de Foro.

Por Carolina Jesus

Fonte: Pit / mantida a grafia lusitana original

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