Cães são retirados de casa de idosa em São Luís, MA; local abriga cerca de 100 animais
Na manhã desta quinta-feira (12), o Ministério Público do Maranhão (MP-MA) coordenou a retirada de 20 cães da residência de uma aposentada, de 79 anos, no bairro do Cohaserma, em São Luís. Segundo o MP-MA, a estimativa é que na casa da idosa tenha mais de 100 cães, e a quantidade elevada de animais na residência causa transtornos aos vizinhos e oferece risco à saúde pública.
A diretora de uma escola localizada ao lado da residência, informou que a concentração dos animais atrapalha os vizinhos e prejudica a escola.
VÍDEO: Justiça obriga retirada de cães de residência de idosa em São Luís
“A gente teve que fazer um sistema de isolamento, porque é difícil dar aula com esse barulho infernal que tem aqui, sem falar o odor. A situação é a pior possível, um barulho infernal. A casa é imunda, é uma fedentina. Isso é um problema de saúde pública”, afirmou Geiza Oliveira.
Essa é a segunda ação realizada pelo MP-MA na casa da idosa neste ano. A medida judicial começou a ser cumprida no último mês de fevereiro, com a captura e retirada de 15 cachorros. A retirada progressiva dos animais é resultado de uma decisão judicial da 7ª Vara da Fazenda Pública, tomada após ação da 16ª Promotoria de Justiça Especializada de São Luís.
Nesta quinta, 20 cães foram resgatados do local e levados para o Centro de Controle de Zoonoses, onde serão examinados por uma equipe de veterinários, farão exames clínicos e posteriormente serão disponibilizados para adoção.
“As condições de lá são as piores, um local muito insalubre. Todos os cômodos da casa têm cachorros, fezes, então é muito degradante a cena que a gente viu lá dentro”, relatou o tenente Jota Júnior, da Polícia Militar do Maranhão.
A operação foi coordenada pelos promotores de Justiça Cláudio Rebêlo Alencar (Defesa do Meio Ambiente) e José Augusto Cutrim (Defesa do Idoso) e contou com a participação de diversos órgãos públicos municipais de São Luís e do Estado do Maranhão, como a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, médicos, enfermeiros e agentes de limpeza, além de entidades da sociedade civil e pessoas da comunidade.
“O principal objetivo dessa segunda abordagem é a contagem, cadastro e identificação dos animais para termos certeza do número e se estão entrando novos animais na casa. Na primeira intervenção, fizemos uma contagem por amostragem. Por isso esse trabalho de hoje é fundamental”, explicou o promotor de justiça Cláudio Rêbelo.
Investigação
O MP-MA investiga se tem alguém que está trazendo mais animais para dentro da casa da idosa. Vizinhos fizeram vídeos flagrando a chegada de animais ao local, sendo que um dos vídeos mostra homens do Corpo de Bombeiros levando um cachorro para a residência.
“A informação é da existência de uma ONG, que estaria trazendo os animais. Essa é a denúncia que estamos apurando. E que a presidente dessa ONG seria uma coronel reformada dos Bombeiros. Ela (a coronel) já se manifestou no procedimento dizendo que apenas ajuda na manutenção dos animais. Ela não afirma que traz os animais, apenas que ajuda. Ela alega, em relação ao vídeo que mostra bombeiros levando um cachorro ao local, que pegou o animal que já estava na casa e levou para tratamento e estava trazendo o animal de volta. E o vídeo pegou só o retorno dele”, relatou o promotor de justiça Cláudio Rêbelo.
O titular da Promotoria de Justiça de Meio Ambiente esclareceu, ainda, que o grande número de cães em uma região residencial requer uma abordagem de várias instituições.
“A situação causa danos à idosa, aos animais e à vizinhança. Daí a importância da ação do Ministério Público neste caso”, avaliou Rêbelo.
A decisão da 7ª Vara da Fazenda Pública determina que os animais sejam retirados progressivamente, até restarem cinco. Também foi determinado que a idosa, que mora sozinha na casa alugada, seja inserida em programa de acompanhamento por equipe multiprofissional da Rede de Atendimento Domiciliar e de Atenção Básica, bem como por profissionais da Coordenação da Saúde Mental do município de São Luís para avaliação e tratamento médico e psicológico.
“Ela vai precisar passar por um atendimento psicológico, um atendimento médico para ver a situação dela de saúde e depois procurar um espaço que ela possa ficar com segurança e com qualidade de vida”, afirmou Izabel Lopizic, coordenadora do Centro de Apoio à Pessoa Idosa.
Fonte: G1
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