Campanha pede transferência de Maison de Ribeirão para o MT

Campanha pede transferência de Maison de Ribeirão para o MT
Maison está no Zoo de Ribeirão Preto desde 2011; atualmente, ela é a única elefanta no local (Foto: Divulgação / Redes sociais)

Uma campanha on-line pede a transferência de Maison, elefanta de aproximadamente 48 anos que vive no Bosque/Zoológico Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, para o Santuário Elefantes Brasil (SEB), na Chapada dos Guimarães (MT). O animal chegou ao zoo em 2011, após ser doado pelo palhaço Biriba.  

O abaixo-assinado, criado essa semana, ocorre quatro meses depois que a elefanta Bambi, que viveu por seis anos zoo de Ribeirão, foi transferida ao Santuário.

Inicialmente, o animal também teve a transferência requisitada por meio de uma ação on-line e, meses depois, a viagem foi autorizada pela Justiça.  

Nova campanha

A ação virtual leva o nome de #MaisonLivre e obteve pouco mais de 3,5 mil assinaturas até o início da tarde deste sábado (9).

A meta, segundo a criadora do abaixo-assinado, Lucia Elena Toloza de Ávila, é atingir 5 mil inscrições.

Na descrição da campanha, ela alega que Maison, que vive em Ribeirão desde 2011, está estressada e infeliz, vivendo sob condições precárias.

“Maison precisa levar uma vida de elefante e não tem lógica ela estar em um local inadequado, sendo que, agora, existe a opção do Santuário Elefantes Brasil para acolhimento adequado a esta espécie”, diz o texto da campanha.

A descrição termina dizendo que Maison tem boa saúde para aguentar a viagem, prevista em 1.270 quilômetros.

Outro lado

O Bosque/Zoo “Fábio Barreto” informou, por meio de nota enviada ao portal ACidade ON, que possui autorização para manejar a espécie de Maison (Elephas maximus), a mesma de Bambi.

Em relação às acusações de precariedade, o Bosque disse que todos os animais que por lá vivem recebem cuidados específicos para cada espécie, como alimentação balanceada, hidratação, enriquecimento ambiental e comportamental, sempre com acompanhamento veterinário.

“É importante ressaltar que o local possui um trabalho reconhecido de resgate de animais. Anualmente, cerca de 800 animais silvestres vítimas de maus tratos são recebidos, seja por atropelamentos, queimaduras, choques elétricos, caça predatória, tráfico, ou mesmo vítimas de cães ou outros motivos recebem atendimento da equipe”, alegou.

Na nota, o zoológico também mencionou um dos programas executados no local, “Uma Nova Chance”.

O projeto, de acordo com o Zoo, possibilita ao animal reaprender a sobreviver em seu habitat natural, dando condições alimentares, de caça, voo, fuga de predadores, dentre outras.

Fonte: A Cidade ON


Nota do Olhar Animal: Todos os animais de zoológicos devem ser libertados na natureza ou em santuários. Mas hoje há espaço para todos eles nos santuários existentes? No caso dos elefantes, o SEB (Santuário de Elefantes Brasil), único que recebe os paquidermes na América do Sul atualmente, tem licenciamento ambiental para manter 10 elefantes. Hoje vivem 5 elefantes lá, mas o santuário receberá em breve 2 elefantes vindos da Argentina ainda no primeiro semestre de 2021 e com possibilidade de receber outros elefantes no segundo semestre, entre eles, o elefante Sandro, que hoje vive no zoológico de Sorocaba (SP) e o elefante Tamy, que vive na Argentina. A questão burocrática é uma das que precisam ser equacionadas quando se pensa em aumentar o número de vagas. Mas há outro ponto crucial: os recursos para manter estes animais virão de onde? E o processo de adaptação de cada elefante? Receber e manter um elefante é bem mais complexo do que cuidar de animais outras espécies. Lembrando do alerta da ativista Rosângela Coelho, presidente do Santuário Filhos de Shanti (que acolhe cavalos), é importante que todos que lancem campanhas pela libertação de animais tenham responsabilidade com o futuro deles e não apenas com o momento da libertação.

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