Canil virou um ‘matadouro’ de animais em Itajaí, SC

Canil virou um ‘matadouro’ de animais em Itajaí, SC
Protetora relata que pitbull teria morrido porque não teve assistência adequada. (Foto: Leitor)

Uma nova denúncia sobre a Unidade de Acolhimento Provisório de Animais de Itajaí (Uapa) aponta que uma cachorra pit bull teria morrido sem assistência no abrigo no dia 21 de janeiro. Outra cachorra, da raça boxer, foi encontrada no local com febre e levada embora por uma protetora, que encaminhou o animal a uma clínica particular.

Cães estariam sendo sacrificados no canil. (Foto: divulgação)
Cães estariam sendo sacrificados no canil. (Foto: divulgação)

Uma nova denúncia sobre a Unidade de Acolhimento Provisório de Animais de Itajaí (Uapa) aponta que uma cachorra pit bull teria morrido sem assistência no abrigo no dia 21 de janeiro. Outra cachorra, da raça boxer, foi encontrada no local com febre e levada embora por uma protetora, que encaminhou o animal a uma clínica particular.

Os protetores de animais denunciam que está ocorrendo negligência no atendimento veterinário no abrigo. Conforme uma protetora, a pit bull estava mal, não recebeu o devido cuidado e morreu. Ela conta que animais saudáveis estão morrendo no abrigo por falta de exames, medicamentos e de veterinários competentes.

Outros problemas envolvem as más condições do local, ração de má qualidade e falta de teste rápido de cinomose, doença infectocontagiosa que afeta os cães. Outras denúncias apontam que cachorros de particulares estariam recebendo remédios, vacinas e castrações no canil público.

Conforme a denunciante, um cachorro atropelado, que deu entrada no canil, foi morto por eutanásia devido à falta de recursos no domingo. Havia sido solicitado um exame de raio X para o animal, mas a administração não levou o cachorro para exame e ele foi sacrificado.

“Eles estão sacrificando muitos cães, enquanto os 47 estão no ‘ar condicionado’”, relata a protetora, lembrando os 47 cachorros de raça que foram resgatados pela Polícia Militar em um criadouro clandestino na Murta no início de janeiro. “Os lulus estão sendo tratados adequadamente, até com ultrassom, pois são de raça”, disse.

Ainda segundo a protetora, o abrigo virou um “depósito” de animais que estão definhando sem atendimento e alimentação adequada. Ela conta que as feiras de adoção foram cortadas e os protetores estão recebendo ameaças. “É muita coisa errada, sabe? A gente sai de lá chorando. É, literalmente, um matadouro”, desabafa.

Os problemas no abrigo estariam ocorrendo após a saída da ex-vereadora Renata Narcizo, da gerência da unidade. As denúncias cobram providências da diretoria de Defesa Animal, que responde pela gestão da unidade, e do Instituto Itajaí Sustentável (Inis).

INIS nega negligência no atendimento

O presidente do INIS, Vilson Sandrini Filho, contestou as alegações e fez esclarecimentos sobre as denúncias. Ele informou que, desde dezembro, não há problemas nas escalas de veterinários e que os atendimentos estão sendo realizados.

“Desconheço alguma denúncia realizada com avaliação técnica capaz de indicar que algum óbito, caso tenha existido, tenha sido decorrente de atendimento negligente”, comentou.

Sandrini destaca que os exames continuam sendo os mesmos realizados até meados de dezembro. “Estamos querendo ampliar os tipos de exames para evitar a necessidade de sempre contar com auxílio de profissionais da cidade, pois algumas clínicas apresentam uma gama maior de exames”, diz.

Segundo ele, as denúncias dos protetores causaram “surpresa”, porque o órgão não foi procurado. Sandrini lembrou da reunião feita em dezembro com todos os protetores de Itajaí.

“Pedimos auxílio e o diálogo foi franco e aberto, bem como os protetores têm nos ajudado substancialmente na causa animal, especialmente no resgate das atividades, delimitação da área de atuação e publicidade dos procedimentos”, relatou.

Castrações em animais

Sobre atendimentos de animais particulares, o presidente do Inis explica que o órgão recebeu denúncias que, antes de dezembro, quando o instituto passou a assumir a gestão técnica da Uapa, teriam sido feitas castrações em animais de outros municípios.

“Essas denúncias também estão sendo apuradas. Já recebemos um conjunto documental, incluindo rol de pessoas beneficiadas e que não eram residentes na cidade, e acreditamos que, em breve, referido levantamento se encerra”, informou.

A respeito da morte do pit bull, a informação do Inis, repassada pelo veterinário do abrigo, é que o último cachorro da raça, que morreu, foi um animal de cor branca que tinha metástase de um tumor antigo e estava no abrigo desde setembro.

Fonte: Diarinho

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