Carcaças de animais são achadas em ação de voluntários no Parque do Juquery, atingido por incêndio

Carcaças de animais são achadas em ação de voluntários no Parque do Juquery, atingido por incêndio
Operação de voluntários realiza buscas e limpeza no Parque do Juquery — Foto: Foto: ORLANDO JUNIOR/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Desde sexta-feira (3), equipes de voluntários vasculham a área do Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, após um incêndio ter destruído cerca de 53% da vegetação da unidade de conservação, segundo um levantamento feito pelo Centro de Monitoramento da Fiscalização e Biodiversidade, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo.

Durante as buscas, os voluntários acharam carcaças de animais mortos e o crânio de um tatu. Alguns tatus vivos também foram localizados.

Carcaças de animais são encontradas no Parque do Juquery — Foto: Foto: ORLANDO JUNIOR/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Carcaças de animais são encontradas no Parque do Juquery — Foto: Foto: ORLANDO JUNIOR/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os voluntários fizeram uma operação de limpeza no parque, atingido dia 22 de agosto por um incêndio provocado supostamente por um balão ilegal.

Eles retiraram lixo e material queimado, entulhos e outros utensílios encontrados no local.

A comparação de imagens de satélite gravadas no dia 24 de agosto com fotos de 20 de julho mostra que o total atingido pelo fogo foi de 1,175 hectare, o que representa pouco mais da metade do parque . Ao longo dos quatro dias de incêndio, mais de 300 brigadistas trabalharam para conter o fogo. A polícia investiga se ele foi causado pela queda de um balão.

Imagens aéreas deste sábado (4) mostram a vegetação do parque totalmente destruída pelo fogo, por onde as chamas se alastraram.

Imagem aérea mostra parque do Juquery destruído — Foto: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem aérea mostra parque do Juquery destruído — Foto: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Um ipê amarelo, porém, sobreviveu ao incêndio e floresce em meio à destruição.

Criado em 1993, o parque abriga o último grande remanescente de Cerrado na região metropolitana de São Paulo. O local foi criado com o objetivo de conservar mata nativa e áreas de mananciais do Sistema Cantareira.

Um vídeo do combate às chamas mostrou o momento em que os bombeiros são cercados pelo fogo. “Olha o fogo vindo pela direita! Vamos recuar, recua! Está pegando na mangueira!”, grita um profissional. (veja o vídeo abaixo)

VÍDEO: ‘Recua! Sai daí!’: vídeo mostra bombeiros cercados pelo fogo no Parque do Juquery

Investigação de baloeiros

Um outro vídeo mostra um dos combatentes do fogo, o guarda civil Adelson Oliveira, chorando ao falar do incêndio e da impossibilidade dos brigadistas em ajudar os animais presos entre as chamas.

“E o que mais dói é que daqui a gente ouve o grito dos bichinhos lá embaixo, pedindo socorro, e a gente não consegue ajudar. A gente não pode entrar lá para salvar o bicho, senão a gente morre queimado”, disse Adelson.

VÍDEO: GCM chora ao relatar socorro de animais durante incêndio no Parque Juquery, em SP

Indignado com a ação de baloeiros que pode ter gerado o fogo que devastou a reserva, o guarda de Franco da Rocha diz que a prática “criminosa dos baloeiros” precisa ser esquecida e banida.

“Por causa de um criminoso. Baloeiro criminoso, vários pais de família aqui. Casco de tatu a gente encontrou ali queimado, cobra agonizando. Parem com esse ato criminoso. Esquece isso. Vai fazer outra coisa da vida, não soltar balão”, contou.

Em nome dos colegas, ele também agradeceu no vídeo a ajuda que a população do entorno do parque está fazendo para ajudar as equipes, levando água, mantimentos e equipamentos para os brigadistas.

Sete baloeiros são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP) por suspeita de terem causado o incêndio.

VÍDEO: Fantástico mostra o trabalho dos bombeiros no incêndio do Parque Estadual do Juquery

Fonte: G1

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