Castrações em 4 anos são 9,5 vezes menores do que número de animais em risco em MG

Castrações em 4 anos são 9,5 vezes menores do que número de animais em risco em MG
Minas Gerais tem 1,5 milhão de animais em situção de risco — Foto: ONG GPA / Divulgação

Minas Gerais têm 5 milhões de cães e gatos, dos quais 1,5 milhão estão em situação de vulnerabilidade e precisam passar por castração, segundo a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O principal desafio apresentado pela pasta é o descontrole populacional. Entre dezembro de 2019 e maio de 2023 o Estado castrou 156,442 mil animais. A quantidade de cirurgias é quase dez vezes (9,5) menor do que a necessária do que o número de bichos em condições de abandono ou maus-tratos levantados pelo governo. Para tentar melhorar o cenário, o estado entregou recursos para 15 cidades mineiras com o objetivo de aumento das ações voltadas à proteção e bem-estar dos bichos.

“São entregas de dois programas, um para compra de veículos adaptados para resgate de animais em 12 cidades e outro para investimentos para a esterilização da fauna doméstica em três cidades”, pontua a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.

Ao todo, o governo repassou R$ 2 milhões para que as cidades, sendo, R$ 117 mil para cada município contemplado no Programa Estadual de Resgate Animal (Itamarandiba, Nova Serrana, Passa Tempo, Patos de Minas, Pompéu, Turmalina, Limeira do Oeste, Novo Oriente de Minas, São João Evangelista, Guimarânia, Lagoa Santa e Dores do Indaiá), e R$ 495 mil divididos em três partes (Patos de Minas, São gotardo e Capitólio).

“A legislação traz a competência primária ao município, mas também traz ao Estado o papel de ajudar e fomentar as ações voltadas à causa animal. Nós alavancamos a política de fauna doméstica, principalmente no controle populacional, que é uma questão séria que enfrentamos hoje em Minas Gerais, mas também ampliamos as ações de fiscalização de combate aos maus-tratos”, afirma.

De acordo com a Semad, 30% dos animais estão em situação de vulnerabilidade (sob maus-tratos, sob a tutela de pessoas em situação de rua ou abandonados), o equivalente a 1,5 milhão. “No trabalho de esterilização, nós traçamos algumas metas que levam em conta a capacidade dos municípios em realizar os procedimentos, então, temos a perspectiva de que 7 mil cães e gatos desses municípios sejam castrados a partir desses investimentos. Com relação ao resgate, depende do trabalho realizado nas cidades junto com as ONGs, que são fundamentais para esse tipo de ação”, estima a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.

Um dos municípios contemplados para o investimento de esterilização é Capitólio, no Sudoeste do Estado. De acordo com o prefeito da cidade, Cristiano Silva (PP), atualmente na cidade existem três mil animais necessitando cuidados, e, com o recurso proveniente de emendas parlamentares, a estimativa é reduzir os animais em vulnerabilidade.

“Nós já atendemos quase mil animais com microchips e com castrações também, mas a gente precisa muito da conscientização da nossa população para adotar e ajudar o município a conseguir fazer esse controle, além de contar com as pessoas que têm animais em não deixá-los na rua, fazer a castração e principalmente fazer o controle pelo microchip”, afirma.

Por Raquel Penaforte

Fonte: O Tempo

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