Cavalo com carroça tomba em avenida de Campos, RJ, e moradores se mobilizam para ajudar o animal; VÍDEO

Cavalo com carroça tomba em avenida de Campos, RJ, e moradores se mobilizam para ajudar o animal; VÍDEO

Um cavalo que carregava uma carroça cheia de um material que aparenta ser entulho ou areia tombou na tarde desta quinta-feira (15) na Avenida 28 de Março, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

VÍDEO: Cavalo carregando carroça tomba em avenida de Campos, RJ

O caso foi registrado em vídeo por pessoas que presenciaram a cena. (Veja no vídeo acima)

As imagens mostram o animal no chão e pelo menos seis homens tentando desvirar a carroça. É possível ouvir o homem que gravava o vídeo conversando com outra pessoa e falando que o animal tombou por conta do sobrepeso da carroça.

Nas redes sociais, moradores se mostraram indignados com o caso. Entre os comentários dos internautas estavam críticas ao uso de animais para puxar carroças sobrecarregadas, que é recorrente na cidade, segundo os moradores. Os comentários também pedem alguma ação da Prefeitura sobre o caso.

Internautas pedem ação da Prefeitura de Campos para coibir uso de cavalos carregando carroça — Foto: Reprodução/Instagram
Internautas pedem ação da Prefeitura de Campos para coibir uso de cavalos carregando carroça — Foto: Reprodução/Instagram

Problema antigo na cidade

A Lei Estadual nº 7194, de 7 de janeiro de 2016, proíbe o uso de animais para situações de fretamento, transportes de cargas, materiais ou pessoas, nas áreas urbanas e rurais em todo o estado do Rio de Janeiro. A Lei diz que, quem cometer a infração será responsabilizado por maus-tratos.

Apesar da Lei Estadual, em 2016, a Prefeitura de Campos se posicionou a favor dos carroceiros e liberou o uso de tração animal na cidade.

Em 2020, a Prefeitura publicou a Lei complementar nº 015 do dia 7 de janeiro que instituía o novo plano diretor da cidade. Um trecho dessa lei diz que o município ia “Elaborar política pública para adequação do tráfego de carroças de tração animal em toda a área urbana, nos termos da legislação, oferecendo alternativas viáveis para substituição dos animais pelo carroceiros”.

O g1 entrou em contato com a Prefeitura para saber quais avanços foram obtidos em relação ao uso de transporte com tração animal e aguarda o retorno.

Sobre o caso registrado nesta quinta, o g1 entrou em contato com a Prefeitura de Campos para saber se o CCZ, que é o Centro de Controle de Zoonoses, foi acionado. O município disse que não houve acionamento, já que não seria uma atribuição do CCZ.

O g1 também entrou em contato com a Polícia Militar para saber se a PM foi acionada para atender ao caso de maus-tratos e aguarda o retorno.

Por Rodrigo Marinho e Millena Soares

Fonte: g1


Nota do Olhar Animal: A ideia de que preservar e incentivar o uso de carroças é agir “a favor dos carroceiros” é um enorme equívoco. Além da crueldade contra os animais, a tração animal está intimamente ligada à manutenção da condição de miserabilidade dos carroceiros, perpetuada pela escandalosa incompetência e pela moral rasa de gestores públicos, que de um lado não mostram sensibilidade alguma para com os interesses dos animais e de outro revelam sua gigantesca ignorância sobre o quanto esta atividade impacta negativamente na vida de quem a pratica. Exemplo positivo: em Paquetá, no RJ, onde a tração animal foi substituída pela elétrica, os charreteiros, que antes se opunham ferrenhamente a qualquer mudança, hoje são agradecidos por ela, pois a qualidade de vida deles melhorou significativamente e podem desfrutar inclusive de período de férias, algo impensável nos tempos em que as despesas com os cavalos e a limitação das horas de trabalho mal permitiam os cuidados veterinários e o sustento da família. É deplorável que autoridades não se importem com o sofrimento dos cavalos. E, mesmo agindo de forma totalmente especista para supostamente favorecer os carroceiros, a posição destas pessoas que se opõe ao fim da tração animal revela serem bastante desinformadas sobre os impactos sociais de sua manutenção.

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.