‘Cavalo de lata’ poderá substituir carroças em Itajaí, SC
Substituir as carroças pelos chamados “cavalos de lata”, que são carrinhos elétricos ou a pedal. Esta foi uma das propostas apresentadas na noite de quarta-feira durante a audiência pública sobre o projeto de lei que proíbe o uso de cavalos para puxar carroças na cidade. A reunião acabou em bate-bocas e foi preciso a presença da polícia para acalmar os ânimos.
O projeto é da vereadora Renata Narcizo (SD). Ela argumenta que quer acabar com casos de maus-tratos aos animais usados pra fim de transporte. A proposta rendeu polêmica e acirrou os ânimos dos interessados no assunto: catadores carroceiros e protetores de animais.
Segundo a vereadora, o ponto de conflito seria a resistência dos carroceiros em não querer se desfazer dos animais e adotar um meio alternativo de transporte.
Uma das sugestões da audiência foi a implantação do “cavalo de lata”, que é uma carrocinha com tração elétrica ou por pedal que substituiria as carroças puxadas por cavalos.
Pela proposta debatida na audiência, o equipamento seria patrocinado por empresários, que poderiam estampar suas marcas nas laterais do veículo. A substituição seria gradativa.
Para a protetora de animais e comerciante Aline Seeberg Aranha, 46 anos, que participou da reunião e defende os “cavalos de lata”, o fim do uso de animais pra puxar carroças é inevitável.
“Não é uma guerra de lados. É um problema do poder público”, observa.
Aline pondera que os catadores não têm culpa porque também seriam enganados por outros carroceiros que alugam ou vendem animais já doentes, velhos e debilitados.
Ela também entende que as famílias não têm condições de tratar bem o animal. “Eles [carroceiros] não tratam bem porque não querem, mas porque cuidar de um animal tem um custo econômico alto”, avalia, defendendo que os trabalhadores adotem o cavalo de lata.
A vereadora Renata Nardizo pretende se reunir com os catadores pra discutir as soluções propostas na audiência pública. Também, segundo Renata Narcizo, será pedido à prefeitura que faça o cadastramento das famílias e um levantamento pra saber quantos animais são usados hoje pelos carroceiros em Itajaí.
Bate-bocas no final
A audiência que começou às 19h, durou pouco mais de duas horas mas foi encerrada antes do fim pela vereadora, que presidia a reunião. Isso porque rolou uma confusão no plenário.
O bate-bocas envolveu carroceiros, protetores de animais e integrantes de um centro de Tradições Gauchescas (CTG). O motivo da discórdia seria justamente a adoção do “cavalo de lata”.
Guarnições da PM, que faziam a segurança da sessão, correram pra acalmar os ânimos. Os envolvidos ainda seguiram aos gritos, mas depois se dispersaram e a confusão terminou. A audiência atraiu cerca de 200 pessoas ao plenário.
Fonte: Diarinho