Cerca de 4,5 mil animais encalharam nas praias do Paraná nos últimos dois anos

Cerca de 4,5 mil animais encalharam nas praias do Paraná nos últimos dois anos
Baleia da espécie minke foi encontrada entre o farol e a ponta leste da Ilha do Mel (Foto: CEM-UFPR/Divulgação)

Cerca de 4,5 mil animais encalharam no litoral paranaense nos últimos dois anos, segundo dados da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E, segundo a instituição, a grande maioria deles chegou às praias do estado já sem vida. Foram mais de 4 mil animais atendidos por pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM) que já estavam mortos quando encontrados — uma média de 90%.

O episódio mais recente foi registrado no início de fevereiro, quando uma baleia da espécie minke de quase 5 metros de comprimento encalhou na Ilha do Mel. No caso, o mamífero marinho tinha uma grande quantidade de areia em seu estômago, provavelmente causado por outro encalhe.

De acordo com a coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR, Camila Domit, a ação humana é uma das razões que ajudam a explicar esse número tão elevado, principalmente quando análises apontam que esses animais apresentavam doenças crônicas e relacionadas ao estresse ambiental.

“Pela análise dos dados, concluímos que o grau de degradação do ecossistema é superior ao que nós estimávamos”, aponta a pesquisadora. “Também registramos eventos agudos que causam a morte, algumas relacionadas a interações com petrechos pesqueiros e garrafas pet ou sacolas plásticas”. As atividades portuárias, dragagem, intenso tráfego de embarcações, pesca e falta de tratamento de esgoto também ajudam a explicar as ocorrências.

Monitoramento constante

Segundo a UFPR, o monitoramento é realizado diariamente em toda parte continental do Litoral do Paraná, além das praias da Ilha do Mel. Em outras regiões, como as ilhas das Peças e do Superagui, o acompanhamento é feito uma vez por semana.

O acompanhamento faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), um grupo multidisciplinar que monitora toda a costa brasileira de Laguna (SC) até a cidade paulista de Ubatuba.

No caso dos animais encontrados mortos, é realizada uma necropsia para identificar a causa da morte. É a partir dessa análise que vai ser constatada se a ação humana afetou ou não no encalhe. Já as espécies encontradas vivas recebem atendimento veterinário.

Fonte: Gazeta do Povo

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