Cidade chinesa de Shenzhen proíbe comer cães e gatos após coronavírus

Cidade chinesa de Shenzhen proíbe comer cães e gatos após coronavírus
Funcionários cortam bife em restaurante em Shenzhen 06/09/2019 REUTERS/Athit Perawongmetha. Foto: Reuters Foto: Reuters

A cidade chinesa de Shenzhen proibiu o consumo de cães e gatos como parte de uma restrição mais ampla ao comércio de animais silvestres desde o surgimento do novo coronavírus.

Os cientistas suspeitam que o coronavírus tenha passado para seres humanos a partir de animais. Algumas das primeiras infecções foram descobertas em pessoas expostas a um mercado de animais silvestres na cidade de Wuhan, onde morcegos, cobras e outros animais eram vendidos.

A doença já infectou mais de 935.000 pessoas em todo o mundo e matou cerca de 47.000 delas.

As autoridades do centro de tecnologia no sul da China disseram que a proibição de comer cães e gatos entrará em vigor em 1º de maio.

“Cães e gatos como animais de estimação estabeleceram uma relação muito mais próxima com os seres humanos do que todos os outros animais, e proibir o consumo de cães e gatos e outros animais de estimação é uma prática comum em países desenvolvidos e em Hong Kong e Taiwan”, disse o governo municipal em uma determinação publicada na quarta-feira.

“Essa proibição também responde à demanda e consciência da civilização humana”.

A alta legislatura da China informou no final de fevereiro que estava proibindo o comércio e o consumo de animais selvagens.

Governos provinciais e municipais de todo o país estão adotando a decisão, mas Shenzhen é mais categórica ao estender essa proibição a cães e gatos.

Os cães, em particular, são comidos em várias partes da Ásia.

Liu Jianping, autoridade do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Shenzhen, disse que aves, gado e frutos do mar disponíveis para os consumidores são suficientes.

“Não há evidências de que a vida selvagem seja mais nutritiva do que aves e gado”, afirmou Liu, segundo a mídia estatal Shenzhen Daily.

As regras iniciais de Shenzhen, propostas pela primeira vez no final de fevereiro, pareciam proibir o consumo de tartarugas e sapos –ambos pratos comuns no sul da China.

Mas o governo municipal reconheceu esta semana que isso tinha sido “um ponto de intensa controvérsia” e esclareceu que ambos podem ser comidos.

A campanha da cidade para suspender o consumo de animais selvagens recebeu elogios de grupos de bem-estar animal.

“Shenzhen é a primeira cidade do mundo a levar a sério as lições aprendidas com esta pandemia e fazer as alterações necessárias para evitar outra pandemia”, disse Teresa M. Telecky, vice-presidente do departamento de vida selvagem da Humane Society International.

“Os passos ousados de Shenzhen para interromper esse comércio e o consumo de animais silvestres são um modelo para os governos de todo o mundo imitarem.”

Fonte: Terra


Nota do Olhar Animal: Como diz a matéria, não há comprovação de que a origem do coronavírus seja os animais, isso ainda é uma suspeita não confirmada. Porém, um “efeito colateral” positivo para os bichos é o fato das pessoas, por um lado, estarem poupando suas vidas. Lamentavelmente, a motivação passa longe do reconhecimento dos interesses dos animais, é uma atitude egoísta que só ocorre porque a vida das próprias pessoas está em risco. Não estão nem aí para os demais seres sencientes. Tanto que, se os animais são poupados de um lado, de outro estão sendo massacrados por conta do mesmo temor. São mortos das formas mais cruéis, como envenenamento e espancamento.

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