Cientistas observam luto em espécie de baleia pela primeira vez

Cientistas observam luto em espécie de baleia pela primeira vez
Mãe baleia ao lado de seu filhote morto - Gorka Ocio/verballenas.com

Uma equipe de pesquisadores testemunhou, pela primeira vez na história, o comportamento de luto em uma baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris) — espécie encontrada na maior parte dos mares e oceanos e que pode chegar a 7 metros de comprimento e 3 toneladas.

O evento, que foi documentado e compartilhado na revista Marine Mammal Science, em 29 de julho, foi acompanhado por uma equipe a bordo de uma embarcação turística no Golfo da Biscaia, na costa espanhola.

De acordo com informações da revista Galileu, durante o registro, uma fêmea demonstrou sinais de pesar pela morte de seu filhote — do sexo masculino —, que boiava na superfície da água.

Utilizando-se de drones, os cientistas puderam avistar a fêmea nadando sob o corpo do filhote, erguendo-o acima da superfície da água, conduta essa que já havia sido testemunhada anteriormente em outras espécies de baleias.

Uma possível interpretação é que a mãe buscava reanimar o filhote, possivelmente não aceitando a realidade de sua morte. Gorka Ocio, um guia de excursões náuticas, compartilhou com o site New Scientist que sabe-se que “em outras espécies de cetáceos, as mães levantam seus filhotes recém-nascidos com seus corpos para ajudá-los a respirar pela primeira vez.”

Custo energético

Os cientistas apontaram que o processo de luto teria um enorme custo energético para a mãe, uma vez que ela não foi vista se alimentando durante esse período.

Vale destacar que, segundo informações fornecidas pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), as baleias-bicudas-de-cuvier possuem uma predileção por passar apenas breves períodos na superfície das águas, preferindo mergulhar em profundidades superiores a mil metros.

Por Giovanna Gomes

Fonte: Aventuras na História

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