Clínica é condenada a indenizar tutora de cachorra após castração incompleta no DF

Clínica é condenada a indenizar tutora de cachorra após castração incompleta no DF
Cachorro lhasa apso, em imagem ilustrativa — Foto: Pixabay/Reprodução

Uma clínica veterinária do Distrito Federal foi condenada a pagar R$ 10 mil à tutora de uma cachorra que desenvolveu doença renal aguda após passar por uma cirurgia de castração. Segundo a Justiça, ficou comprovado no processo que o procedimento foi feito de forma incompleta.

A decisão de primeira instância é da 22ª Vara Cível de Brasília, e foi publicada na última quinta-feira (17). Na ação, a clínica alegou que a cirurgia foi feita de forma adequada e que a doença desenvolvida pelo animal não teve relação com a castração. Cabe recurso da sentença.

O caso ocorreu em janeiro de 2020. Segundo a tutora, a cadela Channel, da raça lhasa apso, tinha cinco anos à época. Após a cirurgia, de acordo com a mulher, a cachorra passou a apresentar sintomas como vômitos, ausência de fome, sonolência e outros.

Ela levou o animal de volta à clínica e lá, Channel foi medicada e passou por exames. Cinco dias depois do procedimento, o exame de sangue apontou a doença renal. A tutora então transferiu a cadela para outro veterinário, que constatou que os ovários, parte do sistema reprodutor do animal, não tinham sido retirados na castração.

Channel passou por uma outra cirurgia na segunda clínica, que custou R$ 5.017. Por isso, a autora acionou a Justiça pedindo indenização.

Decisão da Justiça

Ao analisar o caso, o juiz Carlos Fernando Fecchio dos Santos examinou um laudo feito por um perito, que apontou maior probabilidade de a cirurgia ter sido feita de forma incompleta.

Ainda de acordo com o laudo, “constata-se que o exame pré-operatório na primeira cirurgia se limitou ao hemograma do animal, sendo recomendável para uma cirurgia desse porte a análise de perfil hepático e renal do paciente, além da verificação cardíaca”.

O juiz condenou a empresa a pagar R$ 5.017 como ressarcimento pela segunda cirurgia feita pela cachorra, “uma vez que restou demonstrado nos autos que o procedimento realizado pela ré se deu de forma incompleta, tendo a autora suportado novos gastos com a realização de uma segunda cirurgia”.

Determinou ainda o pagamento de R$ 5 mil por danos morais, ao entender que “não há como negar que a situação vivida pela autora causou-lhes sequelas psicológicas passíveis de enquadramento nesses moldes”.

Fonte: G1

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