Clínica popular começa a atender animais resgatados e oferta consultas com preços acessíveis para pessoas de baixa renda em Palmas, TO
Só quem tem um animalzinho de estimação sabe o desespero que é quando eles ficam doentes e mesmo com orçamento apertado, é preciso levá-los para receber atendimento médico. Pensando em ajudar tutores de baixa renda, protetores e, principalmente, os animais de rua, uma ONG de Palmas abriu na última semana uma clínica veterinária popular.
O espaço já tinha o serviço de castração popular desde 2022, que realizava o procedimento em cães e gatos com um precinho bem ‘camarada’. Mas com a ampliação dos atendimentos, agora estão sendo ofertadas consultas, exames e vacinação. O espaço também conta com uma farmácia popular.
Mas esse sonho de ajudar pessoas de baixa renda a cuidar dos seus animaizinhos começou antes do centro, segundo explicou a protetora e presidente da Ong Adota Palmas, Kesia Abreu.
“Durante muitos anos a ONG trabalhou com campanhas de castração em parceria com clínicas veterinárias. Essas campanhas foram trabalhadas com a oferta desses procedimentos com um valor popular. Em 2021, a gente decidiu abrir o nosso próprio centro de castração, mas inauguramos ele em junho de 2022. Como nós já tínhamos uma estrutura e profissionais contratados, a gente viu a possibilidade de ampliar esses atendimentos para além da castração”, disse, afirmando que desde a abertura do centro de castração, cerca de 1,4 mil animais passaram pelo procedimento.
Todo o trabalho passou por adequações relacionadas a burocracias e estudos para saber como funciona esse tipo de clínica fora do Tocantins.
“Procuramos nos regularizar perante o Conselho de Medicina Veterinária e com as outras burocracias existentes. Estudamos como isso era feito foram do Tocantins e descobrimos que existiam iniciativa como essa em outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Então isso abriu nossos olhos para abrir essa oportunidade aqui no Tocantins, que é carente de atendimento veterinário para um público de pouco poder aquisitivo”, disse Kesia.
Requisitos para ter direito ao atendimento
Quando se fala em preços populares, a clínica está ofertado consultas a partir de R$ 50. Para castração, que é a forma mais eficiente de reduzir o número de animais que estão sofrendo e correndo perigo nas ruas, o valor varia de R$ 100 a R$ 120. Tudo isso com medicação oral do pós-operatório ofertada de forma gratuita. A clínica fica na quadra 110 Sul, alameda 3, lote 13.
Mas os preços mais baixos serão ofertados apenas para os seguintes públicos:
- Organizações não governamentais;
- Protetores independentes,
- Atendimento de animais em situação de rua, animais resgatados em período máximo de 60 dias;
- Tutores que ganham até três salários mínimos.
A clínica conta com dois médicos veterinários, que se dividem entre os turnos da manhã e tarde, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e uma assistente administrativo, que faz os agendamentos. Uma estrutura ainda pequena, mas como contou a protetora nas redes sociais da ong, “é uma equipe qualificada e que trabalha com muito amor”.
Quanto ao limite de renda que a pessoa precisa ter para conseguir consulta para os animais de estimação, Kesia explica que haverá uma triagem de atendimentos. Mas no caso da necessidade de encaixe para consulta, o tutor vai ter que ela assinar uma declaração afirmando que se enquadra nesse quesito.
Compromisso
A missão da associação no momento, segundo a representante, é levantar a bandeira de uma medicina veterinária acessível, onde a população possa ter o atendimento com valor baixo e de qualidade.
“A gente entende que a população hoje não tem uma boa remuneração de salário. Então quando o animal fica doente é difícil pagar uma conta integral, uma consulta, todos os exames, internações. Fica caro para o salário de uma pessoa que ganha pouco. Então a gente quer tornar esse serviço mais acessível”, reforçou.
Outro ponto que também foi levado em consideração para a concepção da clínica é o incentivo de pessoas que tenham vontade de ajudar algum animal de rua, mas não pode assumir essa responsabilidade por causa dos custos.
“Para que a pessoa tenha condições de levar esse animal a uma consulta sem tirar muito do orçamento familiar. Então nossa missão é essa, contribuir com a saúde pública, com o controle populacional dos animais, diminuindo abandono e o sofrimento deles”, completou.
Por Patricia Lauris
Fonte: G1