Com aumento da população de ursos negros, Flórida pode permitir a caça

Por Jason Dearen / Tradução de Alana Carvalho
JACKSONVILLE, Flórida. – Com a população de ursos negros da Flórida se recuperando de uma quase extinção, confrontos com seres humanos estão em ascensão e o estado agora considera liberar uma temporada limitada de caça como parte da solução para o problema.
A Florida Fish and Wildlife Conservation Comission não chegou a uma decisão na semana passada, mas pareceu receptiva à idéia, arrancando aplausos de caçadores e provocando a ira de defensores dos direitos dos animais. Caso seja aprovada, esta será a primeira vez, desde 1994, que a caça do urso é legalizada no estado.
“Naquele momento, era hora de parar a prática da caça aos ursos e eu acho que, agora, é apropriado começarmos a caçá-los novamente”, disse Thomas Eason, diretor de habitat e conservação das espécies da Comissão, diante de uma sala de conferência em Jacksonville repleta de caçadores e conservacionistas.
Nos Estados Unidos, 32 dos 41 estados com onde existem ursos permitem a caça como forma de controle populacional. Segundo Eason, a Flórida é o único estado com mais de 1.000 ursos que não permite nenhuma modalidade de caça.
A população de ursos negros vem se recuperando desde o Panhandle até a Reserva Nacional Big Cypress, perto de Miami. Em 1974, havia entre 300 e 500 ursos. Agora, acredita-se que sejam mais de 3.000.
No ano passado, houve quatro ataques a pessoas. As ligações para a guarda florestal a respeito de ursos cresceram 400 por cento ao longo da última década. As mortes de ursos por veículos também estão em ascensão: Em 1990, 33 foram mortos, em comparação com os 285 em 2012, de acordo com dados do estado.
O número de pessoas no estado também aumentou. A Flórida é o terceiro estado mais populoso dos Estados Unidos. Os ursos são habilidosos para encontrar alimentos, e as pessoas facilitam a busca ao descartar restos de comida em latas de lixo desprotegidas, dizem as autoridades.
O mais recente ataque ocorreu em 20 de dezembro, no Panhandle. Uma menina de 15 anos que passeava com seu cachorro foi atacada. Ela sofreu cortes na cabeça e no rosto, além de arranhões e mordidas nas costas, braço e perna.