Com corte de energia, Hospital Veterinário da UFMT é esvaziado e tutores buscam animais

Com corte de energia, Hospital Veterinário da UFMT é esvaziado e tutores buscam animais
Hospital Veterinário da UFMT — Foto: Yago Oliveira/G1

Com a suspensão no fornecimento de energia elétrica na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) nesta terça-feira (16), o hospital universitário da instituição começou a ser esvaziado. Segundo Richard de Campos Pacheco, diretor do hospital, os tutores dos animais internados estão sendo chamados para buscá-los.

A energia da universidade foi cortada por falta de pagamento. No total, seis contas estão em atraso, sendo quatro do ano de 2018 e duas de 2019.

Por meio de assessoria, a UFMT informou que deve realizar uma reunião durante a tarde e emitir um comunicado sobre os avanços e resultados do encontro.

Em nota, o Ministério da Educação informou que vai adotar medidas emergenciais para a religação imediata de energia elétrica na instituição. (Confira nota completa no final da reportagem).

“Cada caso foi estudado e, em alguns deles, os animais foram mandados para clínicas. Em outros casos, já ligamos para os donos virem buscar, porque todo o atendimento e prestação de serviço só é feito com energia e não há expectativa de retornar o fornecimento”, explicou Pacheco.

Tutores são chamados para buscarem animais hospitalizados. — Foto: Yago Oliveira/G1

Além dos animais, a preocupação é com materiais e objetos de pesquisa armazenados no local.

O corte de energia foi feito durante procedimentos cirúrgicos em um gato e um cachorro. Segundos os alunos, as cirurgias foram concluídas no improviso.

No meio do procedimento apagou tudo. A sorte foi que os aparelhos anestésicos têm uma bateria e a gente conseguiu acelerar e acabar, mas tudo foi feito no escuro com lanternas de emergência e a luz do sol que vinha das janelas”, contou a estudante Paloma Moraes Lobo.

Corte de energia

O valor total da dívida com a concessionária de energia elétrica não foi informado. Em nota, a UFMT informou que deve realizar uma reunião durante a tarde e emitir um comunicado sobre os avanços e resultados do encontro.

Além do campus em Cuiabá, o corte afeta os campi do interior.

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá. — Foto: Denise Soares/G1

De acordo com o professor Aldir Nestor de Souza, diretor-geral da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), o corte de energia está diretamente ligado com o bloqueio de 30% no orçamento das instituições públicas federais.

“Com o bloqueio, a UFMT ficou impossibilitada de honrar com os compromissos, entre eles a conta de energia”, comentou. Segundo ele, todas as atividades da universidade foram suspensas e não há previsão para o retorno.

Em maio, após o anúncio do bloqueio, a reitora da UFMT, Myrian Serra, afirmou ao G1 que a instituição só teria condições para funcionar até o mês de julho, caso a situação não fosse revista.

“A UFMT pode parar. Com o recurso que temos a garantia de funcionamento no campus de Cuiabá é até julho. O corte inviabiliza que nós honremos com os nossos compromissos que são contratos geridos pela instituição”, explicou Myrian.

A média de custeio da UFMT é de aproximadamente R$ 90 milhões ao mês. Na conta entram os custos básicos, como água, luz, segurança do campus, internet e limpeza.

Ministério da Educação

O Ministério da Educação informa que, após ter conhecimento da falta de luz na Universidade Federal do Mato Grosso, o ministro, Abraham Weintraub, vai adotar medidas emergenciais para a religação imediata de energia elétrica nos quatro campi que compõem a Universidade.

O ministro irá ainda tomar as medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela má gestão na UFMT.

O ministro tomou conhecimento da situação na última quinta-feira (11) quando chamou a reitora ao Ministério e autorizou o repasse de R$ 4,5 milhões para que a reitoria da UFMT, nomeada há três anos, quitasse a dívida das contas de luz com a concessionária de Mato Grosso.

Os valores, herdados no governo anterior, correspondem ao montante de R$ 1,8 milhão. A liberação do limite de empenho foi realizada na sexta-feira da semana passada com o compromisso da reitora para o pagamento imediato da referida dívida.

Fonte: G1 

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