Com dívida de R$ 30 mil, ONG Morena Flor fecha as portas para novos atendimentos

Com dívida de R$ 30 mil, ONG Morena Flor fecha as portas para novos atendimentos
Foto: Arte sobre Foto/Reprodução

A ONG Morena Flor, atuante no trabalho de atendimento de animais de rua vítimas de maus tratos, acidentes e doenças há mais de dez anos em Canguçu (RS), está passando por um momento de grande dificuldade financeira.

Com um endividamento de cerca de R$ 30 mil, a fundadora e mantenedora da ONG, Sandra Moreira confirmou ao Jornal Canguçu Notícia que a organização fechou as portas nos últimos dias para novos atendimentos.

“Não estamos conseguindo fazer nosso trabalho, porque estamos endividado e sem recursos. Temos dívidas altas no comércio a pagar. Eu tomei a decisão de fechar novos socorros até que recebamos uma forma de ajuda efetiva para liquidar as dívidas.”

No momento em que concedia a entrevista, Sandra recebeu um telefonema pedindo socorro para atender uma cadela que havia sido envenenada. A ativista da causa animal precisou negar o atendimento.

“Não adianta eu trazer o animal para dentro da ONG, colocá-lo na UTI e vê-lo morrer. Eu não posso cometer essa irresponsabilidade. Todos os animais que entram precisam ter acesso a medicamentos”

FALTA VERBA, SOBRAM CONTAS

Com uma redução de 70 padrinhos virtuais para apenas 20, a organização ainda tem que lidar com um déficit de quase R$ 9 mil todo mês. Segundo Sandra, a ONG recebe R$ 9 mil mensalmente repassado pela Justiça, mas o gasto com ração, medicamentos e funcionários gira de R$ 15 mil a R$ 18 mil.

“Não voltaremos a fazer o nosso trabalho enquanto as nossas dívidas não forem pagas, mesmo que nos doem medicamentos e materiais de limpeza, como tem acontecido, mal conseguimos manter os animais que já estão internados”

Sandra explica que a organização atende 120 animais doentes que dependem de tratamento, como animais idosos, cegos, surdos ou amputados.

“A gente recebe desde 2014 por uma ação na justiça movida do Ministério Público contra a Prefeitura. Na época a ração tinha um custo de R$ 3 mil. Hoje, no mínimo gastamos R$ 4600. O salário mínimo era R$ 700, hoje, é quase R$ 1000. Como são depositados em juízo, esse repasse sempre chega atrasado, não por que a prefeitura não deposite, mas por trâmites legais que desconheço.”

Sandra explica que com o atraso nos repasses, a organização perde funcionários e corre o risco de ficar sem ter como comprar ração aos animais. “Para mim, que vivo aqui 24 horas por dia, é pesado demais.”

CONSCIENTIZAÇÃO

A ideia da ONG é organizar um evento para arrecadar recursos para o pagamento das dívidas. Além disso, é possível ajudar a organização através da nota fiscal gaúcha, de leilões virtuais, rifas e brechós que estão previstos para serem retomados nas próximas semanas.

“Enquanto não tivermos uma boa quantia para pagarmos nossas dívidas, não voltaremos a fazer o nosso trabalho”.

Em entrevista, a ativista ressaltou ainda a necessidade de consciência coletiva da comunidade para a causa animal.

“É impossível não poder colaborar com R$ 10 e ajudar a ONG a declarar o seu animal. Precisamos deixar o comodismo de lado, de esperar sempre que outro faça a nossa parte. Os animais estão nas ruas por que alguém os deixou lá. Eles não caíram do céu.”

Para quem quiser ajudar a ONG Morena Flor, é possível entrar em contato com a mantenedora através do telefone (53) 9 8413.1095. As formas de apadrinhamento oferecerem planos que variam de R$ 30 a R$ 100 mensais.

Fonte: Canguçu Notícia 

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