Com excesso de peso, cavalo cai ao solo em distrito de Porto Seguro, BA

Na manhã desta sexta-feira (16), um cavalo vítima de maus-tratos caiu ao solo sem forças, no distrito de Caraíva, em Porto Seguro, por não suportar o peso da carroça, carregada de materiais de construção.
Segundo o site Radar News, parceiro do Acorda Cidade, o fato ocorreu por volta das 11h, na rua Nayra Gatti. O caso foi denunciado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Causa Animal (Semac).
O órgão informou que busca identificar o tutor do animal para que sejam adotadas as medidas cabíveis, a exemplo de multa.
De acordo com a lei do município de Porto Seguro, nº 1657/2021, de junho de 2021, os carroceiros que atuam na cidade são cadastrados e precisam obedecer às normas previstas na legislação.
A lei municipal estabelece horários de jornada de trabalho para os animais, período de descanso e obriga o uso de carroça e equipamentos adequados.
Por outro lado, mesmo com a lei, moradores da cidade relataram ao Radar News que não há fiscalização.
Fonte: Acorda Cidade
Nota do Olhar Animal: Na contramão do crescente repúdio à exploração de animais para tração, a prefeitura de Porto Seguro (BA) aprovou lei em 2021 prevendo a regulamentação da utilização de tração animal e, assim, mantendo a tortura contra estes animais usados em carroças, em especial os cavalos. Sob que pretexto? Econômico-social? Só alguém muito despreparado para agir sobre a questão pode alegar algo assim. Além da crueldade contra os animais, a tração animal está intimamente ligada à manutenção da condição de miserabilidade dos carroceiros, perpetuada pela escandalosa incompetência e pela moral rasa de gestores públicos, que de um lado não mostram sensibilidade alguma para com os interesses dos animais e de outro revelam sua gigantesca ignorância sobre o quanto esta atividade impacta negativamente na vida de quem a pratica. Exemplo positivo: em Paquetá, no RJ, onde a tração animal foi substituída pela elétrica, os charreteiros, que antes se opunham ferrenhamente a qualquer mudança, hoje são agradecidos por ela, pois a qualidade de vida deles melhorou significativamente e podem desfrutar inclusive de período de férias, algo impensável nos tempos em que as despesas com os cavalos e a limitação das horas de trabalho mal permitiam os cuidados veterinários e o sustento da família. Outro exemplo positivo é o de Gravataí, RS (vide matéria anaixo). É deplorável que o prefeito Janio Natal (PL) não se importe com o sofrimento dos cavalos. E, mesmo ele agindo de forma totalmente especista para supostamente favorecer os carroceiros, essa proposta de regulamentação revela ser o prefeito bastante desinformado sobre os impactos sociais da tração animal e, portanto, da sua própria iniciativa.
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