Com R$ 70 mil em dívidas, ONG de Rio Claro (SP) que resgata animais pode encerrar atividades

Com R$ 70 mil em dívidas, ONG de Rio Claro (SP) que resgata animais pode encerrar atividades
Cachorros resgatados por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

Com dificuldades financeiras, a ONG Anjos de Focinho, de Rio Claro (SP), que atua em prol da causa animal, precisa de ajuda para não encerrar as atividades. A entidade acumula mais de R$ 70 mil em dívidas feitas em clínicas veterinárias, casas agropecuárias e medicamentos para pets. Veja abaixo como ajudar.

Na última semana, a diretoria da ONG suspendeu as atividades de resgate e fornecimento de lar temporário para novos animais encontrados em situação de maus-tratos.

Animal resgatado pela ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Animal resgatado pela ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

“Além dos animais que nós resgatamos, a gente ajuda bastante cachorro com tutor. Tem pessoas que nos pedem ração, vacina, castração e vamos sempre vai ajudando como dá. Quando percebe que a pessoa gosta, que existe amor, que a única barreira é mesmo a questão financeira, a gente consegue ajudar”, explicou a vice-presidente da ONG, Olivia Pizetta Zordão.

Desde a fundação, em 2016, a ONG já ajudou mais de 1 mil animais, entre cães e gatos. Mas, neste mês a situação financeira da entidade se tornou desesperadora por conta de vários casos em que precisaram ajudar.

Cão Júpiter foi adotado foi família de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Cão Júpiter foi adotado foi família de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

“Agora é o momento mais delicado que a ONG está passando desde a fundação. A gente acabou resgatando alguns animais em situação mais crítica, então nós pegamos, principalmente, casos de filhotes com cinomose, teve uma cachorra atropelada que quebrou as quatro patas, é um caso ortopédico. E aí, as contas na clínica [veterinária] parceira acumularam e recebemos a solicitação de pagar quase R$ 50 mil. A gente precisou suspender as nossas atividades e focar em arrecadar esse dinheiro pra não ter que parar de vez”, disse Olivia.

“E essa [clínica veterinária] é uma dívida, ainda tem casa de ração, as vacinas – que é um veterinário que vai na casa dos lares temporários, uma outra clínica parceira, farmácia. Se a gente for pagar tudo, vai mais de R$ 70 mil, até porque essa conta da clínica ainda é parcial”, completou.

Casos da ONG

Cachorra Maria Vitória foi resgatada por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Cachorra Maria Vitória foi resgatada por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

Maria Vitória, uma das cachorras resgatadas pela ONG, foi atropelada por um veículo. Depois do acidente, ela chegou a ficar mais de uma semana abandonada em um terreno baldio, até que a entidade foi acionada. Os custos com a cadela já ultrapassam R$ 20 mil.

“A gente não sabe o que atropelou, há indícios que pode ter sido uma moto. Ela estava com três patas fraturadas, fez a cirurgia há mais de dois meses e ela está internada até hoje. Colocou pino. Hoje, ela já está voltando a andar. Só a cirurgia da Maria Vitória ficou R$ 7 mil. O custo com pino foi de R$ 6 mil. Mais o custo mensal com a internação que chega a R$ 4 mil por mês”, explicou Olivia.

Cachorra Nala foi resgatada por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Cachorra Nala foi resgatada por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

Uma outra cachorra que foi resgatada pela ONG é a pitbull Nala. Sem o movimento das patas traseiras, a cadela se arrastava em um chão de cimento, o que causou ferimentos em seu corpo.

“A gente se viu no dever de não deixar mais esse animal em sofrimento e a resgatamos. Ela também está com uma infecção de urina gravíssima. Ela ainda faz xixi com sangue e pus, acabamos de receber o diagnóstico que ela vai precisar de um antibiótico que custa R$ 1 mil. Ela faz fisioterapia, acupuntura, ozonioterapia, está iniciando o tratamento com esse novo medicamento pra ver se consegue conter a infecção. A gente retirou ela [do antigo tutor] e hoje ela é um caso da ONG”, disse.

Exames de animais custeados por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Exames de animais custeados por ONG de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

Anjos de Focinho

A ONG foi fundada em 2016 por quatro amigas que já realizavam trabalho voluntário no canil de Rio Claro. Com o desenrolar das atividades, as jovens acreditaram que conseguiriam abrir uma instituição e ajudar a causa animal.

Atualmente, a ONG, que já passou por uma troca de diretoria, conta com cerca de 15 voluntárias. Elas atuam ajudando no resgate de animais vítimas de maus-tratos e fornecendo lar temporário para os bichos, além de ajudar no tratamento daqueles cujos os tutores não possuem condições financeiras.

tual diretoria da ONG Anjos de Focinho, de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
tual diretoria da ONG Anjos de Focinho, de Rio Claro — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

“O lar temporário é uma pessoa que tem espaço para abrigar esses animais. Mas, tudo que o animal precisa, é a gente que ajuda: manda a farmácia levar o medicamento, veterinário pra fazer consulta/vacinação, manda ração, arruma carona para fazer os exames”, disse.

A ONG também participa e organiza feirinhas de adoção, cãominhadas. Além de realizar bazar de roupas, rifas, venda de camisetas e moletons personalizados e outros eventos voltados para a captação de recursos.

Rifa, bazar e outras formas de ajuda

Cãominhada realizada em Rio Claro pela ONG Anjos de Focinho — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução
Cãominhada realizada em Rio Claro pela ONG Anjos de Focinho — Foto: ONG Anjos de Focinho/Reprodução

Além de arrecadar doações em dinheiro, a ONG realiza neste mês de dezembro uma tradicional rifa com itens de Natal e, no dia 20 de dezembro, organiza um bazar.

A vice-presidente ainda ressalta que qualquer doação ou valor é importante, seja de R$ 1, R$ 2 ou R$ 3.

“O que as pessoas puderem doar, elas não fazem ideia o tanto que de pouquinho em pouquinho conseguem fazer com que a gente continue nossas atividades. Às vezes as pessoas não entendem isso, mas de pouquinho em pouquinho, se as pessoas doassem a ONG ia conseguir voltar os nossos resgates, voltar nossas atividades, conseguir pagar essas dívidas”, disse.

Quem quiser ajudar, pode entrar em contato com a ONG Anjos de Focinho pela página da entidade no Instagram.

Por Por Ana Marin

Fonte: g1

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.