Com uma das patas quebradas, devorado por bichos de pele e desnutrido, pit bull é resgatado em Campo Grande, MS

Com uma das patas quebradas, devorado por bichos de pele e desnutrido, pit bull é resgatado em Campo Grande, MS
Pit bull foi resgatado em uma chácara, na tarde desta terça-feira (2), em Campo Grande.

Uma moradora de 63 anos, do Bairro Chácara das Mansões, em Campo Grande, acionou a Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) para resgatar um cão da raça pit bull abandonado que estava mantendo em casa. O animal foi encontrado com uma das patas quebradas, diversas feridas e partes das extremidades comidas por bichos de pele.

Com apoio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e ONGs protetoras dos animais, o pit bull foi recolhido e encaminhado a uma clínica veterinária. Ele era mantido preso a uma corrente do lado de fora do quintal da chácara.

A moradora contou que o animal apareceu na propriedade há alguns meses, ferido e com fome. “Nós demos comida e ele foi ficando, mas aí começou a atacar meus outros cachorros, matar as galinhas e até um gato. Como não sabíamos o que fazer porque ele não ia embora, prendemos ele”, contou a idosa Aparecida Tavares.

Vivendo em condições precárias e sem dinheiro para bancar o tratamento do animal, a situação se agravou.  Na tarde desta terça-feira (2), policiais da Decat, uma equipe do CCZ e representantes das OGNs Pedacinho do céu e Vira-Latas, além do COMBEA (Conselho Municipal do Bem-Estar Animal), estiveram no local para verificar a denúncia e resgatar o cão.

Apesar do cachorro estar bastante debilitado, a mulher não foi autuada e presa em flagrante pelo crime de maus-tratos, diante do cenário de vulnerabilidade social.

“Não foi constatada a questão da má fé em relação ao animal. A moradora pediu ajuda a delegacia porque não conseguia arcar com as despesas do tratamento, por falta de condições econômicas, o que demonstra uma preocupação e afasta o dolo da conduta”, explicou o delegado Maércio Alves Barbosa durante ocorrência.

Decat em Ação –  Com uma atuação preventiva e voltada ao bem-estar dos animais, a delegacia iniciou o Projeto “Decat em Ação”, onde todos os animais atendidos pela Especializada são encaminhados para lares temporários ou adotivos e acompanhados pelo projeto. Os animais também recebem atendimento veterinário, por meio de voluntários que colaboram.

O pit bull resgatado pelo CCZ foi encaminhado a clínica veterinária Cãopanhia para receber atendimento. As despesas, assim como na maioria dos casos de maus-tratos e abandono, são bancadas por voluntários que tiram do próprio bolso para acolher os animais, até que eles encontrem lares temporários.

De acordo com Valéria Marques, da ONG Vira-Latas e do Conselho Municipal do Bem-Estar Animal, o principal impasse a cada resgate é encontrar local para encaminhar os cães e gatos.

“O maior problema é que não temos para onde levar os cães que, normalmente, estão em estado deplorável, precisando de tratamento. As ONGs estão lotadas, o CCZ não tem condições de realizar esse serviço e falta amparo do poder público que não é suficiente”, comentou.

Cultura do abandono –  Abandonar animais nas ruas é crime e, para Tereza Bandeira, vice-presidente ONG Pedacinho do Céu, ainda demonstra a falta de consciência das pessoas.  

“Nós precisamos trabalhar para acabar com abandono. Nos colocamos a disposição para atender esses animais, com todo amor,  mas precisamos de uma contra partida da sociedade. Enquanto as pessoas não compreenderem a importância do animal cuidado, o que também é uma questão de saúde pública, a situação irá se repetir. É preciso que as pessoas se comovam com essa situação e não abandonem animais doentes”, apela a protetora dos animais que, por enquanto, vai ficar responsável pelo pit bull resgatado.

 Colaboração: O pit bull resgatado no Bairro Chácara das Mansões, em Campo Grande, na tarde desta terça-feira (2), segue internado na Cãopanhia Clínica Veterinária. Doações financeiras para ajudar a pagar o tratamento podem ser feitas diretamente na clínica ou por meio do contato da Ong Pedacinho do Céu, no número (67) 9 9145-0612. Voluntários também estão à procura de um lar temporário para o animal.

Por Ana Lívia Tavares

Fonte: Diário Digital

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