Conheça a Lucimara, a vira-lata que conquistou o direito de acompanhante na Santa Casa de São Paulo

Conheça a Lucimara, a vira-lata que conquistou o direito de acompanhante na Santa Casa de São Paulo

A vira-lata Lucimara conquistou o direito de se tornar acompanhante de seu tutor no hospital Santa Casa de São Paulo, no bairro de Santa Cecília, no centro de São Paulo, após ele ser vítima de um atropelamento.

Na manhã de Domingo (6), o tutor de Lucimara chegou ao pronto-socorro às 10h40 com uma traumatismo craniano e uma dor no tórax. O paciente com deficiência visual em situação de rua sofreu um atropelamento segundo a Santa Casa de São Paulo. “Chegou um paciente vítima de um trauma e a dificuldade é que ele é deficiente visual, mas veio junto com ele uma cachorrinha. Aí foi uma comoção entre todos da equipe”, contou ao G1 em uma entrevista, o gestor-médico dos prontos-socorros da Santa Casa de São Paulo, Fábio Agostini do Amaral Gomes.

Segundo os funcionários, a vira-lata caramelo fixou as quatro patas em frente ao pronto-socorro esperando o dono entre o domingo (6) e a segunda-feira (7). Inicialmente eles colocaram um cobertor e comida. De tanto ela insistir, acabou conquistando o direito de se tornar a “cãopanheira” de quarto antes da alta do tutor. “Logo na chegada todos se preocuparam com o paciente, mas também notaram a presença da cachorrinha desesperada sem o dono. Ainda mais que ele se encontrava dentro de um serviço de emergência que é referência de trauma e ainda tinha a dificuldade por ser deficiente visual”, contou.

Em uma das imagens, Lucimara aparece com o focinho na porta do hospital, em busca de sentir o cheiro do tutor. Em outra, ela já se encontra com a identificação de “visitante”, com a data de 6 de fevereiro.

“Diante dos acontecimentos, o setor administrativo resolveu identificar o cachorrinho como pertencente ao paciente, e então colocaram uma pulseira no pescoço”, contou o médico.

De acordo com Gomes, Lucimara não parou de latir durante o período em que ficou na porta do pronto-socorro. Ela só se acalmou após a equipe do hospital colocar uma camiseta do tutor  junto ao cobertor. Mesmo assim, ela não estava comendo a ração, nem as quentinhas oferecidas pelos profissionais de saúde. “Existem outras pessoas e pacientes no pronto-socorro. A equipe tentou de uma maneira que não atrapalhasse ninguém e que principalmente não assustasse Lucimara, pois o setor é bastante movimentado. Tinha uma dificuldade: será que ela vai avançar nos técnicos de enfermagem quando chegar perto do dono? Só que no final, quando eles se encontraram, foi algo muito emocionante”.

Lucimara junto ao seu tutor (Foto: Reprodução/G1)
Lucimara junto ao seu tutor (Foto: Reprodução/G1)

O gestor-médico declara que além de ser um direito do paciente por ser deficiente visual, há um apoio emocional que pode, inclusive, favorecer a recuperação do paciente: “o momento de procura ao hospital é de muita fragilidade. Tanto para a pessoa, quanto para o animal. Essa separação é ruim para ambos”. Não existe a menor dúvida de que nesses casos há em questão, que o deficiente visual, que está em um local barulhento, quer ter a companheira ao lado. Isso ajudou a diminuiu a ansiedade do paciente e tirou toda a sua tensão. Apesar do acontecido gerar uma grande preocupação em toda a equipe, no final deu tudo certo. A gente sabe, que as pessoas que tem cachorro, gato, tende-se a ter um grande afeto pelo animal e eles acabam se tornando sua família” explicou Gomes.

Após o encontro, Lucimara acompanhou o dono durante os cuidados no hospital e se despediu da equipe quando ele recebeu alta no fim da segunda-feira.

Por Letícia Lima

Fonte: R7

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