Couro exótico de laboratório salva animais da morte

Sabiam que para fazer uma mala é necessário criar e matar quatro jacarés? Que só se aproveita a pele da barriga? Que há quintas de animais que têm como única atividade o criar os animais até uma certa idade para os matar e aproveitar (parte) da pele? Foi esta realidade que levou Maria Maia, Margot Muller e (agora) João Pinto, a criar a Corium Biotech. Uma startup portuguesa que pretende criar couro exótico – diga-se semelhante à pele de animais exóticos – em laboratório. Isto significa que se consegue obter o couro necessário sem ter de recorrer ao abate de animais.
abiam que para fazer uma mala é necessário criar e matar quatro jacarés? Que só se aproveita a pele da barriga? Que há quintas de animais que têm como única atividade o criar os animais até uma certa idade para os matar e aproveitar (parte) da pele? Foi esta realidade que levou Maria Maia, Margot Muller e (agora) João Pinto, a criar a Corium Biotech. Uma startup portuguesa que pretende criar couro exótico – diga-se semelhante à pele de animais exóticos – em laboratório. Isto significa que se consegue obter o couro necessário sem ter de recorrer ao abate de animais.
O método criado pela Corium Biotech promete a criação do couro em laboratório sem prejudicar o bem-estar animal. É feita uma biópsia, quando da morte ou intervenção cirúrgica, por exemplo, recolhem as células necessárias e é com elas que, no laboratório são depois recriadas e se transformam em couro. Uma solução que impede o abate animal e o desperdício associado – ao contrário do bovino em que tudo é aproveitado e o couro até é considerado como um desperdício, nos jacarés, por exemplo, ao aproveitar-se apenas a pela da barriga a percentagem de desperdício é muito elevada. Mais ainda. Como refere Maria Maia, a solução da empresa portuguesa não só permite poupar 25 mil milhões de litros de água por ano como salvar dois milhões de animais exóticos todos os anos. Na prática trata-se de uma solução “cruelty-free, eco-friendly, durável e apelativa às marcas de luxo”.
A empresa foi fundada em setembro de 2020, com o apoio da Portugal Ventures, com 100 mil euros de financiamento utilizados para criar o primeiro protótipo e, com isso, provar que é possível criar couro em laboratório. Agora a empresa prepara-se para uma nova ronda de financiamento. O objetivo é angariar um milhões de euros, para conseguir aperfeiçoar o protótipo, nomeadamente ao nível da textura e da durabilidade do couro, e “preparar a estratégia de scale-up”.
Com isso a empresa pretende ter, daqui a três a quatro anos, uma produção a rondar os 8500 metros quadrados de couro.
Mas de nada serve desenvolver um produto inovador se não estiver protegido. A pensar nisso a Corium Biotech já efetuou a submissão pata a patente nacional e pediram a extensão para a europeia. Depois será solicitada a patente mundial.
Mais do que “apenas” impedir o abate (desnecessário) de animais, a solução da Corium Biotech tem a facilidade de ser on demand, o que evita o desperdício. A empresa tenciona ter a produção do couro nas instalações das empresas que transformam o material, o que permite, igualmente, realizar poupanças ao nível do transporte, por exemplo.
Fonte: Dinheiro Vivo / mantida a grafia lusitana original