Delegado divulga vídeos inéditos da rinha de cães de Mairiporã, SP
Novos vídeos gravados no dia em que a PCPR (Polícia Civil do Paraná) desmantelou uma rinha de pitbulls em Mairiporã (SP), em dezembro, foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo delegado responsável pela operação, Matheus Laiola. O caso agora tramita em São Paulo e o inquérito está em fase final.
São investigados crimes de associação criminosa e maus-tratos contra animais. Entre os agravantes, conforme a PCPR, está promoção de jogos de azar. Além disso, conforme o Ministério Público de São Paulo, a rinha levou pelo menos 10 animais à morte.
Com apoio da polícia paulista, os agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba prederam 41 pessoas no dia 14 de dezembro. Destes, 40 foram soltos provisoriamente, dias depois, após prestarem depoimento. O MP paulista recorreu da decisão.
O processo tem, até o momento, apenas um réu: D’joy Paxiuba Oliveira Lucena Rodrigues é apontado como mentor do evento. Ele responde criminalmente por associação criminosa e maus-tratos. Além disso, também pode ser imputado por corrupção de menores. A Justiça de SP aceitou a denúncia do MP no início do mês.
Conforme apurado pela reportagem, as investigações relacionadas aos demais investigados foram desmembradas a fim de tornar a responsabilização mais ágil. O caso retornou à Polícia Civil de São Paulo para que novas diligências sejam cumpridas.
Novos vídeos são divulgados por delegado
De acordo com o delegado Matheus Laiola, alguns investigados presos na rinha de pitbulls em Mairiporã disseram que estavam no local para acompanhar um evento de Game Dog, no qual os cachorros são submetidos a testes físicos, como escalada e corrida. Procurado pelo Paraná Portal, o delegado preferiu não se manifestar porque a investigação continua em São Paulo.
Ele divulgou dois vídeos inéditos gravados no dia em que a Polícia Civil do Paraná desmantelou a quadrilha que promovia a rinha de pitbulls em Mairiporã. Nos vídeos, um cão aparentemente machucado recebe soro intravenoso:
https://www.instagram.com/p/B78WJG9FpVW/?utm_source=ig_embed
Conforme o delegado, havia um veterinário no local responsável por “tratar” dos cachorros após os duelos. Assim, em alguns casos, os pitbulls voltavam para o ringue na mesma noite. Os animais eram estressados pelos veterinários e treinadores, passando por fome e sede durante dias, para terem um melhor desempenho durante a luta.
Rinha era transmitida em vídeo pela internet
A quadrilha era bem especializada e estruturada. As lutas eram transmitidas em grupos fechados pela internet para o mundo todo. No ano passado, a rinha aconteceu na República Dominicana.
“Trata-se de um grupo especializado em rinha internacional. É um grupo extremamente organizado. Eles vendiam camisetas do evento com a pesagem de cada animal e faziam apostas físicas e online, em grupos fechados pro mundo inteiro. Eram especializados em causar intenso sofrimento a esse animais”, afirmou na ocasião o delegado.
A Polícia Civil de São Paulo apreendeu cerca de R$ 47 mil no local. Cada cão pitbull vale em torno de R$ 200 mil porque são selecionados geneticamente, treinados pra isso. De acordo com a investigação, os cães eram obrigados a fazer esteira, natação e eram privados do convívio de outros animais.
19 cães da raça pitbull foram resgatados. Os animais estavam muito machucados e pelo menos quatro morreram.
Um criador e um treinador de pitbulls de Curitiba e São José dos Pinhais, na região metropolitana, foram os primeiros alvos das investigações.
Churrasco de pit bull
Conforme a PCPR, um churrasco com carne de cachorro era servido aos participantes do evento criminoso. A veterinária que acompanhava a polícia identificou que os cães mortos durante o duelo eram servidos aos participantes. A cena chocou os policiais, de acordo com o delegado.
Os presos foram encaminhamos para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil de São Paulo. Eles devem responder por associação criminosa, maus-tratos contra animais com agravante de morte e jogo de azar.
Por Angelo Sfair e Ana Cláudia Freire
Fonte: Paraná Portal