Denunciam 400 casos de cães acorrentados e acusam o governo pela falta de ação na Espanha

Denunciam 400 casos de cães acorrentados e acusam o governo pela falta de ação na Espanha
Um cão preso por uma corrente curta à porta de uma fazenda. (Imagem: Libera)

A Lei de Bem-estar Animal da Galícia considera esta prática como uma infração de caráter grave, contemplada de forma explícita como proibida.

A Associação Animalista Libera e a Fundação Franz Weber (FFW) advertiram, no último dia 21, sobre a “inação” que, em sua opinião, o governo da comunidade autônoma de Galícia está realizando na hora de responder às denúncias dos cidadãos que, em mais de 400 casos, informaram sobre cães presos continuamente em correntes “sem que estes sejam resolvidos, nem sequer em longo prazo”.

Os animalistas registraram na página da web www.sencadeas.info até 412 casos de cães que permanecem acorrentados ou amarrados em condições “lamentáveis”, sem abrigo “adequado”, alimentação ou hidratação regular e “em muitas ocasiões com uma absoluta carência de preocupação por seu bem-estar, sem dispor de atenção veterinária durante anos”.

Neste sentido, as ONGs lembraram que a Lei de Bem-Estar Animal da Galícia considera esta prática uma infração de caráter grave, contemplada de forma explícita como proibida e sancionável com até 5.000 euros, o que poderia ser somada à sanção conjunta de proibição pela posse de animais pelo prazo de um a cinco anos, “sem que os grupos tenham provas de registros semelhantes”.

Sendo assim, a Libera e a FFW pedem aos cidadãos que continuem denunciando estes atos de “autênticos maus-tratos a animais”, e sinalizaram aos municípios que “possuem competência em matéria de bem-estar”, e por isso podem efetuar as inspeções necessárias para elaborar um arquivo que deverão remeter ao governo regional, “já que a capacidade sancionadora recai sobre a administração galega”.

Danos psicológicos

“O acorrentamento contínuo não somente gera um dano físico aos animais, mas também é responsável por um dano psicológico difícil de quantificar, mas que se manifesta habitualmente com uma conduta agressiva por parte dos cães, contribuindo para uma falta de socialização evidente que tornaria necessário um adestramento para equilibrar os cães que somente conheceram o metro e meio de espaço ao redor de sua corrente”, lembraram os animalistas.

Além disso, ambas as organizações consideraram que a falta de multas “gera um sentimento negativo de impunidade”, onde várias pessoas denunciadas “se vangloriam” de manter a conduta punível sem ter recebido “uma simples visita dos inspetores do governo”.

Tradução de Alice Wehrle Gomide

Fonte: La Información

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