Dos 1,1 mil pinguins resgatados nas praias de Florianópolis em 2021, só 129 estavam vivos, diz associação

Dos 1,1 mil pinguins resgatados nas praias de Florianópolis em 2021, só 129 estavam vivos, diz associação

Até segunda-feira (30), 1.118 pinguins foram resgatados pelas equipes da Associação R3 Animal, entidade que monitora e protege esses animais, nas praias de Florianópolis. Contudo, segundo a associação, apenas 129 estavam vivos no momento do salvamento.

VÍDEO: Reabilitação de pinguins em Santa Catarina. Vídeo: R3 Animal

Até segunda-feira (30), 1.118 pinguins foram resgatados pelas equipes da Associação R3 Animal, entidade que monitora e protege esses animais, nas praias de Florianópolis. Contudo, segundo a associação, apenas 129 estavam vivos no momento do salvamento.

Pinguins em fase de treino de nado e impermeabilização das penas — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Pinguins em fase de treino de nado e impermeabilização das penas — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

A presidente da R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS/Florianópolis, Cristiane Kolesnikovas, explica que a maioria dos pinguins que chega às praias estão magros, desidratados, com temperatura corporal baixa, parasitados e com sinais de interação incidental com redes de pesca.

“Nossa equipe faz tudo que está ao alcance para salvá-los, mas nem sempre é possível”, afirma Cristiane Kolesnikovas.

Pinguim sendo preparado para a Unidade de Tratamento Animal — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Pinguim sendo preparado para a Unidade de Tratamento Animal — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

As aves resgatadas vivas chegam tão debilitadas que muitas vezes morrem no caminho para o centro de reabilitação. Os pinguins aparecem na costa catarinense após uma longa viagem vindos das colônias na Patagônia/Argentina, na Península de Valdez, onde se reproduzem, em busca de alimentos.

A temporada dos pinguins vai até setembro, quando os animais começam a voltar para suas colônias. A maioria destas aves nadam em grupos mar adentro.

Contudo, os pinguins que encalham nas praias são animais juvenis, na maioria das vezes, e estão em seu primeiro ano de vida encarando a jornada de migração.

Pinguins debilitados sendo aquecidos por uma lâmpada especial — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Pinguins debilitados sendo aquecidos por uma lâmpada especial — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

“Inexperientes, é comum que alguns animais tenham dificuldade em se alimentar, percam-se dos bandos e fiquem debilitados, encalhando nas praias. Também existem aqueles que interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo alvo, são capturados incidentalmente. É a chamada captura bycatch, ou seja, não intencional”, explica a entidade.

Atualmente, 21 pinguins estão em reabilitação na Associação R3 Animal e cerca de sete deles vieram de outras regiões do estado.

Pinguim sendo medicado em Sala de Estabilização — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Pinguim sendo medicado em Sala de Estabilização — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

No mês de agosto, a entidade resgatou 932 pinguins e apenas 91 estavam vivos no momento do resgate. Em julho, foram resgatados 182 pinguins, e apenas 36 estavam vivos. Em junho, foram apenas dois e as aves estavam mortas. Os primeiros registros dessas aves este ano ocorreram em maio, com dois animais vivos.

“Temos recebido vários acionamentos diários sobre a presença de pinguins nas praias da Ilha de Santa Catarina”, informa o órgão.

Animais mortos

O número de animais encontrados mortos já é o maior em três anos. Em 2020, dos 800 pinguins encontrados na Ilha, 116 estavam vivos no momento do resgate. Em 2019, foram 747 registros e apenas 53 estavam vivos. Já em 2018, foram resgatados 1.814 pinguins, sendo 113 vivos.

Animal encontrado morto em praia de SC foi analisado pelas equipes — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Animal encontrado morto em praia de SC foi analisado pelas equipes — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

Os pinguins encontrados mortos pelas equipes, e que não estão em avançado estado de decomposição, são levados para o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Florianópolis e passam pelo exame necroscópico para tentar identificar a possível causa da morte.

“Alguns deles, com indícios de interação antrópica, tais como desgaste de penas e hematomas em aleta (asas). Mas, invariavelmente, todos com o pulmão comprometido, com acúmulo de secreção serosanguenolenta espumosa, que são indicativos fortes de asfixia/afogamento, possivelmente provocados por interação com redes de pesca”, conclui Sandro Sandri.

Veterinário Sandro Sandri prepara a ave debilitada — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Veterinário Sandro Sandri prepara a ave debilitada — Foto: Nilson Coelho/R3 Animal

Orientações

Caso encontre um animal marinho ferido ou morto na praia, a R3 Animal orienta:

  • ligue para o Projeto de Monitoramento de Praias, no telefone 0800-642-3341
  • afaste animais domésticos, que podem ferir ou transmitir doenças
  • não coloque pinguins no gelo ou force a volta deles ao mar
  • caso o animal seja um pinguim, você pode cobri-lo com uma toalha para aquecê-lo e colocá-lo numa caixa de papelão
  • cuidado com o bico

Fonte: G1

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