Draco, Sema e Repraas realizam maior apreensão de aves do Vale do Taquari, no RS

Draco, Sema e Repraas realizam maior apreensão de aves do Vale do Taquari, no RS
Essa é a maior apreensão de pássaros do Vale do Taquari nos últimos 15 anos. - Lidiane Mallmann

Aves de espécies raras, ameaçadas de extinção e algumas com sinais de maus-tratos foram encontradas em diversos cômodos de uma residência alvo de mandado de busca e apreensão. A operação realizada na manhã desta segunda-feira (15), em Santa Clara do Sul, contou com o trabalho de agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado, Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e Rede de Proteção Ambiental e Animais (Repraas).

Esta foi a maior apreensão de pássaros silvestres do Vale do Taquari, pelo menos nos últimos 15 anos. Segundo o chefe da fiscalização da Sema, Mateus Leal, em sua experiência, ele nunca havia visto tantos animais em um só local. As gaiolas com aves estavam postas em todos cômodos da casa, até em banheiros. Já nos fundos da residência, viveiros foram construídos para colocação dos bichos. “Encontramos duas realidades: animais domésticos, e os silvestres, como o Cardeal Amarelo, que está criticamente ameaçado do Estado e no País”, explica o biólogo.

O homem responsável pelos animais responderá a um termo circunstanciado e deverá pagar multa. “O mínimo é R$ 500 por cada animal, já os ameaçados de extinção a multa é R$ 5 mil por unidade”, complementa Leal. Alguns pássaros foram encontrados com anilhas, que, conforme a investigação, seria utilizada para “esquentar” a venda e fazer com que a comercialização parecesse legal.

Tráfico de animais

A operação foi deflagrada por agentes da Draco e da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), ambas delegacias de Lajeado. Segundo a Polícia Civil, o homem caçava os animais e vendia, além de fazer a reprodução, também com intuito financeiro.

As investigações apontam, segundo o titular da Draco Dinarte Marshal Júnior, que o acusado comercializava as aves por valores altos. “Apreendemos alguns depósitos de valores de até R$ 7 mil. Ele tinha um negócio de comércio, que é totalmente ilegal, além de ele caçar e talvez alguém caçar pra ele. E tem a questão da lavagem de dinheiro, temos que analisar quanto ele auferiu com essa venda ilegal e buscar os bens dele”, comenta o delegado.

O presidente da Repraas, Vladimir da Silva, classifica o local onde foi feita a apreensão como a casa do tráfico de animais do Vale. “É um grande traficante de animais do Vale do Taquari. Já vínhamos recebendo denúncia dele há cerca de um ano. Agora, com essa atuação mais especializada da Draco, deu para fazer um trabalho para chegar nele”, destaca.

Silva reitera que é preciso denunciar práticas como essa e não fomentar o tráfico de animais. “Quando as pessoas acabam por comprar, negociar, elas alimentam esse comércio ilegal. O tráfico de animais só existe porque as pessoas compram, é como a droga, só existe porque as pessoas consomem, quanto mais as pessoas adquirirem animais silvestres, mais vai alimentar esses caçadores e traficantes.”

Crime

O Termo Circunstanciado é feito de acordo com o artigo 29 da Lei Federal de nº 9.605 de 1998, que diz que “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”, pode gerar detenção de seis meses a um ano, além de multa.

Fotos: Lidiane Mallmann

Assista aos vídeos:

(Imagens: O Informativo do Vale)

(Imagens: Polícia Civil)

Por Caroline Garske

Fonte: Informativo

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