Em ação, MP quer medidas para evitar atropelamento de animais em avenida de Joinville, SC

Em ação, MP quer medidas para evitar atropelamento de animais em avenida de Joinville, SC
Com oito quilômetros de extensão, a avenida Santos Dumont teve seis quilômetros duplicados (foto: Mauro Schlieck, arquivo pessoal)

Em ação, o Ministério Público de Santa Catarina está buscando decisão judicial para obrigar a prefeitura de Joinville a tomar medidas de proteção aos animais silvestres na travessia da avenida Santos Dumont. As soluções sugeridas são passa-faunas (podem ser passagens subterrâneas, redes no alto etc.), corredores ecológicos ou outras a serem definidas após estudos. O principal objetivo é proteger a fauna do vizinho morro do Iririú, uma unidade de conservação criada em 2012. A Justiça concedeu prazo de 30 dias para o município se manifestar. Depois desse prazo, o pedido de liminar será analisada.

A apuração da 21ª Promotoria de Justiça de Joinville, com atuação na proteção do meio-ambiente, começou em 2017, após denúncia da organização não-governamental apontando aumento no número de atropelamentos na avenida, naquele momento em fase final de duplicação. Questionado sobre o tema, a prefeitura informou estar preparando a contratação da empresa para a elaboração do plano de manejo da área de relevante interesse ecológico (Arie) Iririú. Criada em 2012, a unidade de conservação tem 525 hectares e protege o morro do Iririú e entorno – dentro da Arie, está o parque Morro do Finder.

Uma perícia indicou a necessidade de proteção da fauna silvestre na unidade de conservação, onde já foram encontradas 24 espécies de mamíferos, por exemplo. Foram identificados casos de atropelamentos de anfíbios e répteis, como rãs-bugio e cobras. Uma capivara também teve registro de atropelamento.

Procurado novamente pela promotoria, sobre a proteção da fauna, o município alegou que não haveria porque fazer um estudo específico sobre o tema porque já há previsão de tal levantamento no plano de manejo, a iniciar em 2021. Mas informou sobre a possibilidade de instalação de placas de alerta aos motoristas. O MP teve o entendimento de que a ação judicial foi a medida a ser tomada porque não houve solução extrajudicial e aguardar por um estudo que começará a ser feito em 2021 seria esperar por tempo demais.

Por Saavedra

​Fonte: NSC Total

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