Um grupo de especialistas angolanos, afectos à direcção provincial do Zaire do Ambiente e Pescas, estão a realizar um diagnóstico, para se apurar as reais causas do abate “massivo” de tartarugas marinhas, nas praias do município do Nzeto.
Em declarações hoje à Angop, o director nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação do Ministério do Ambiente, Joaquim Manuel, disse que a situação é preocupante, visto que há muito que não se tinha relatos do género naquela região.
“Ainda não temos muitos detalhes para informar visto que está-se a trabalhar no levantamento de dados no terreno para se saber quais as reais causas que estão na base do abate das tartarugas e seus ovos. Precisamos saber se as mesmas foram mortas para serem consumidas pelos caçadores furtivos ou comercializadas para outros fins”, sublinhou.
Acrescentou que medidas serão tomadas com vista a prevenir o abate indiscriminado de tartarugas, no Zaire e outras regiões ao longo da costa angolana, visto que existe uma legislação em vigor, para o efeito.
As autoridades da província do Zaire manifestaram recentemente a sua preocupação com esta “onda”de abate indiscriminado de tartarugas marinhas, no município do Nzeto.
O delegado marítimo da Capitania do Nzeto, Paulo Julinho Rosa, disse à Rádio Nacional de Angola, que foi encontrado um cidadão natural do município do Nzeto a extrair ovos dos ninhos montados pelas tartarugas junto da baía da Musserra.
“Pegamos um senhor, demos-lhe a conhecer sobre a lei e as multas que devem ser pagas, por parte daqueles que cometem este tipo de crime contra a ecologia”, disse.
Ao longo da costa angolana, apenas quatro praias das províncias de Luanda, Zaire, Cuanza Sul e Namibe, beneficiam do projecto “Kitabanga”, que visa a conservação da tartaruga marinha.
O projecto implementado pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (UAN), desde a sua implementação em 2003, permitiu a protecção de três mil e 500 ninhos e a devolução com segurança de outras 322 mil novas tartarugas.
A insuficiência de apoios tem estado a dificultar a expansão deste projecto, visto que cobre apenas 3,4 porcento da costa angolana, beneficiando as províncias acima referidas.
Fonte: Angop /mantida a grafia lusitana original
Mais notícias
{module [427]}
{module [425]}