Estado volta atrás e garante área à Associação Mata Ciliar
O governo do estado voltou atrás e confirmou ontem a permanência da Associação Mata Ciliar na área que ocupa há 25 anos, em Jundiaí, para abrigo e resgate de animais silvestres na região. Conforme o Correio publicou no último domingo, o governo colocou à venda um grande lote de terras que incluiu a porção ocupada pela associação, que também desenvolve trabalhos de sustentabilidade.
A diretoria só soube sobre a venda após discutir com um deputado sobre as dificuldades da entidade em viabilizar projetos, inclusive do governo estadual, por não ter a posse da área. Durante reunião, ontem, o vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou que o estado tomará medidas jurídicas para o desmembramento da área ocupada pela Mata Ciliar do restante do imóvel, mediante parecer do Conselho do Patrimônio Imobiliário.
“A área não será vendida, só vamos estudar como será regularizada em definitivo a sua ocupação e atuação pela Associação, que faz um belo e importante trabalho”, afirmou Garcia. A decisão foi anunciada após exposição do presidente da Associação, Jorge Bellix de Campos, e da Coordenadora de Fauna, Claudia Adamia, acompanhados pelo Deputado Estadual Alexandre Pereira (Solidariedade).
Na semana passada, ao ser procurado pelo Correio, o estado informou que a Associação Mata Ciliar ocupa o imóvel da Fazenda do Estado de forma precária e gratuita, por mera liberalidade do Centro Paula Souza, que administra a área, nunca tendo firmado nenhum instrumento com o estado de São Paulo. Além disso, ressaltou que a área integra a carteira de imóveis compromissados ao Fundo de Investimento Imobiliário — FII SP, que estuda as possibilidades de exploração e que não havia prazo para a remoção da ONG.
Contudo, a partir de agora há o compromisso do estado em manter a associação onde está. “Desde a semana passada, integrantes do Governo e da Associação vêm se articulando em busca de uma solução conciliadora. A localização da Mata Ciliar é estratégica devido ao fácil acesso a rodovias, o que possibilita rapidez no socorro e transporte de animais silvestres resgatados pelo grupo”, afirmou o estado.
O presidente da ONG, Jorge Bellix de Campos, diz que a decisão dá segurança para seguir com o trabalho, ampliando parcerias e potencializando projetos. “Além disso, a promessa da destinação da área em definitivo para a Associação Mata Ciliar ampliará as possibilidades de modernização e ampliação da nossa estrutura que atende a uma crescente demanda, além do trabalho de educação ambiental”, comemora. O local tem cerca de 30 mil metros quadrados. É ocupado pela Mata Ciliar desde 1995 e abriga cerca de 850 animais silvestres — desde felinos até aves e primatas, que chegam para atendimento veterinário e reabilitação.
Por Francisco Lima Neto
Fonte: Correio
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