Estiagem do inverno aumenta risco para animais silvestres no interior de SP
O tempo seco característico do inverno e a possibilidade da ocorrência de queimadas podem trazer consequências muitas vezes trágicas aos animais silvestres, segundo alerta feito pela Apass, a Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis (SP).
Segundo a entidade, esta época do ano registra um aumento de cerca de 30% no número de animais que chegam com ferimentos ou intoxicação por fumaça.
O mais recente “paciente” da associação foi um jabuti que ficou no meio de uma queimada. Ele chegou ao local com o casco marcado pelas queimaduras e só sobreviveu graças aos cuidados que recebeu na entidade.
Vídeo: Estiagem prolongada e queimadas colocam em risco animais silvestres.
Mas além dos problemas de queimaduras e intoxicação, Agnaldo Marinho de Godoi, presidente da Apass, diz que também cresce de forma preocupante animais que chegam à entidade vítimas de atropelamentos.
Godoi explica que os casos aumentam porque os animais, para tentar fugir de uma queimada, por exemplo, acabam correndo do fogo e são atropelados em rodovias que cortam regiões que ficam com a vegetação muito seca nesta época do ano.
O fogo que atinge a beira de rodovias muitas vezes acaba se espalhando até algum canavial, um local geralmente escolhido pelas onças pardas para viver, por conta da facilidade de encontrar alimentos e criar os filhotes. Na hora de fugir das chamas, muitas delas são atropeladas ou morrem pelo incêndio.
Atualmente, a associação abriga 15 onças que recebem tratamento. Além delas, as queimadas também afetam outros animais silvestres, como os macacos e as aves. Segundo a bióloga Andreia Miras, o tratamento desses casos muitas vezes é delicado.
“Nesses acidentes muitas vezes há casos de amputação, o que inviabiliza a devolução do animal ao seu habitat. E a nossa prioridade é sempre recuperar o bicho para poder soltá-lo na natureza”, explica a bióloga.
Fonte: G1