Estudantes criam protótipo de próteses para cães que sofreram amputações, no RS

Estudantes criam protótipo de próteses para cães que sofreram amputações, no RS
Alunos do Cimol criaram em projeto de pesquisa protótipo de próteses para cães. Vinicius Linden/Jornal Panorama

Um grupo de estudantes do curso de mecânica da Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato (Cimol), de Taquara (RS), mostrou preocupação com a causa animal e as dificuldades sofridas por cães que possuem amputações. Para tanto, está testando o protótipo de uma prótese para atender estes animais, cuja pesquisa vem sendo realizada desde o ano passado. Um cão amputado de Nova Hartz está utilizando as próteses e vem mostrando boa adaptação à novidade.

A iniciativa faz parte da grade curricular do curso, que exige dos estudantes um projeto de pesquisa. Ryan Lucas da Silva, 17 anos, de Nova Hartz; Pablo Baun Júnior, 17, de Sapiranga; Pablo Gabriel de Oliveira, 18, de Três Coroas, são os autores do projeto, com a orientação do professor Daniel Souza Rocha. Também auxilia no projeto o coordenador do curso de Mecânica, o professor Marcos Eugênio Frozza. A ideia do trabalho partiu da constatação de que, para as pessoas, o mercado de próteses em casos de amputações já está mais avançado. Contudo, no caso dos animais, ainda é um mercado em expansão, sem tantos produtos disponíveis.

Modelos dos protótipos de próteses desenvolvidos e ainda em fase de algumas adaptações. Vinicius Linden/Jornal Panorama

Com a ajuda de uma veterinária, os estudantes conheceram toda a anatomia dos cães e colheram informações importantes para desenvolver o protótipo. Depois, começou a fase de pesquisa e desenho do material, utilizando, para tanto, uma impressora 3D, disponível no Cimol, em que os desenhos são feitos no computador, permitindo todos os ajustes nas peças a serem desenvolvidas. Segundo os professores, o uso deste tipo de software e impressora já vem sendo aplicado pela indústria na produção de vários itens.

A pesquisa se estendeu durante o ano passado e, em janeiro deste ano, começou a fase de testes com a produção do material, em plástico biodegradável, que não agride o meio ambiente. Os alunos constam que uma das principais preocupações com o material foi não incomodar os cães, criando uma prótese que se adaptasse plenamente às necessidades do animal. Para tanto, há um cuidado com o material e os tamanhos das peças, bem como os testes de adaptação que estão sendo feitos há três semanas com o cachorro de Nova Hartz. O voluntário é cuidado por uma moradora e não possui uma das patas. Os estudantes contam que o animal vem se adaptando bem ao uso da prótese, conseguindo caminhar normalmente.

O material exige, segundo aconselhamento da veterinária, a retirada no período noturno (repouso), para evitar problemas ao animal. No período diurno, a peça é novamente colocada novamente, facilitando os deslocamentos. O material conta com espuma para se encaixar melhor à pata, e alguns ajustes estão sendo feitos ainda para melhorar o desempenho, como adaptações no pé visando a diminuir o impacto dos passos do cão. Os estudantes contam que entre os principais destaques da prótese que elaboraram será o custo benefício, com valores mais em conta do que as oferecidas atualmente no mercado. Os professores ressaltam a dedicação dos estudantes ao projeto, trabalhando inclusive nas férias para o desenvolvimento dos protótipos.

Cão em fase de testes da prótese:

Por Vinicius Linden

Fonte: Jornal Panorama

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