Explorada em circo, elefanta é resgatada e passa por Campinas, SP
Uma elefanta de 52 anos que hoje vive no Chile terá dias melhores no Brasil a partir do dia 9 de outubro e Campinas fará parte dessa viagem. A elefanta chamada de Ramba cresceu em um circo, onde vivia acorrentada, até ser resgatada em 2012 por uma ONG de animais do Chile.
Atualmente ela vive em uma reserva que possui um clima muito severo e por isso a organização da Gse (Global Sanctuary for Elephants), que atua também no Brasil, resolveu buscá-la para que ela passe a viver em uma reserva no Brasil, onde o clima é mais favorável a sua espécie.
A GSE conseguiu levantar R$ 250 mil, foi buscá-la no país vizinho e ela chega ao país de avião em um voo cargueiro.
A elefanta vai ganhar nova casa em Cuiabá (MT) e, para isso, passará pelo Aeroporto Internacional de Viracopos. Segundo a equipe que trará o animal, ela será transportada em uma caixa de transporte construída especialmente para isso.
Câmeras de monitoramento serão colocadas na caixa para acompanhar a viagem de Ramba. Ela vem do Chile em um avião cargueiro e as autorizações para isso ainda estão sendo aprovadas, de acordo com a GSE e Ecópolis do Chile. Ela deve ficar algumas horas em Campinas esperando o transporte para chegar em sua nova casa.
A organização informou que em Campinas ela não deve sair da caixa de transporte e não poderão ser feitas fotos do animal. O horário do voo ainda também não foi definido.
A HISTÓRIA
A história de Ramba começa em 1980, na Argentina, quando foi comprada. Desde pequena, ela já era forçada a obedecer ordens e a participar de apresentações no picadeiro. No Chile, chegou em 1995 e foi confiscada pelo Serviço Agrícola e Pecuário do Chile por questões relacionadas a abusos, maus tratos e posse ilegal de animais.
Em 2012, a ONG Chilena Ecópolis soube que Ramba estava na cidade com o circo e, após o impacto da triste situação em que se encontrava, começou uma campanha para seu resgate. Foi nesse ano também que, por ordem judicial, Ramba foi removida do circo e levada ao Parque Safári Rancágua onde permanece em um pequeno celeiro até hoje.
Sua relocação foi coordenada por Scott e Katherine Blais, do GSE e atuais diretores do Santuário dos Elefantes Brasil. Hoje, além de sofrer com os invernos rigorosos no Chile, é uma elefanta solitária, possui abscesso recorrentes na pata dianteira e tem comprometimento renal e hepático, necessitando de dieta e suplementação adequados.
Seu recinto no zoológico Parque Safári é inadequado, e, como agravante, em função de ampliações que estão sendo realizadas, a passagem de água natural para o recinto de Ramba, foi cortada.
O TRANSPORTE
A caixa de transporte já foi construída no SEB, para o transporte das primeiras habitantes, Maia e Guida, em 2016, mas teremos que reformar seu teto, reduzindo a altura em cerca de dez cm, para que caiba no avião.
Em seguida, Ramba será enviada por caminhão até o Parque Safari, para o processo de adaptação de Ramba. A caixa será colocada em seu habitat, para que Ramba se acostume a entrar e ficar dentro dela confortavelmente.
Durante esse processo, são oferecidos alimentos dentro da caixa, e o elefante pode entrar e sair dela sempre que desejar. O tempo desse processo dependerá unicamente de Ramba com Maia e Guida, por exemplo, foram apenas três dias.
No dia da viagem, a caixa será içada por um guindaste, colocada em uma carreta de transporte e levada por terra por cerca de 97 km até o aeroporto de Santiago, para embarcar no voo rumo ao Brasil. Em solo brasileiro, Ramba seguirá em um caminhão até o SEB, no Rio da Casca Chapada dos Guimarães, MT, sempre escoltada pela equipe e pela Polícia Rodoviária Federal.
Fonte: A Cidade ON