Farra do boi: animais eram criados exclusivamente para prática criminosa em SC
A Polícia Civil de Santa Catarina descobriu uma grande associação criminosa responsável por organizar farras do boi em Bombinhas, no Litoral Norte.
Neste último sábado (27), o GOR (Grupo de Operações e Resgate) de Bombinhas foi chamado para atender uma denúncia de Farra do Boi no município. O animal acabou parando dentro da piscina de uma pousada.
Estas investigações começaram há um cerca de um ano. De acordo com o delegado Ricardo Melo, os organizadores tinham um grupo de Whatsapp onde faziam todas as negociações.
O grupo tinha até um fornecedor exclusivo, que criava bois exclusivamente para uso na farra do boi. Um animal que normalmente custaria cerca de R$ 2 mil chegava a ser negociado por R$ 4 mil até R$ 6 mil. O fornecedor era de Tijucas, na Grande Florianópolis.
O transporte era feito com caminhões e carros roubados em outros Estados, cujas placas eram adulteradas. O fornecedor, transportador, organizadores, farristas e financiadores do crime já foram identificados.
Segundo o delegado, caso as pessoas indiciadas nos crimes do ano passado sejam as mesmas ligadas à farra do último final de semana, a polícia deve solicitar a prisão preventiva dos envolvidos.
Até o momento, três pessoas foram indiciadas e respondem pelo crime ambiental, associação criminosa, receptação e adulteração das placas dos veículos usados no transporte dos animais.
Crime
A farra do boi é crime desde 1998, mas a prática ainda é comum, tanto na Grande Florianópolis quanto no Litoral Norte. Quem pratica o crime pode ser condenado à detenção de três meses a um ano, e pagamento de multa.
Segundo a assessoria de comunicação da PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), os três primeiros casos de farra do boi em 2021 foram identificados no último final de semana, dias 27 e 28 de março.
A PMSC informou que, em virtude dos acontecimentos registrados, realiza desde o dia 22 de fevereiro a Operação Quaresma, que visa o combate aos crimes de maus-tratos a animais de qualquer natureza e sua exploração. A Operação está prevista até o dia 15 de abril e pode ser prorrogada.
O foco da polícia é o cumprimento da lei 9605/95, em seu artigo 32, que diz: “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime, com pena de detenção de três meses a um ano, e multa”.
Por Kassia Salles
Fonte: ND Mais