Fazendeiro encontra tamanduá bebê sozinho em pasto onde filmou mãe tamanduá com filhote nas costas há 30 dias; veja vídeo
Um fazendeiro encontrou um tamanduá bebê em uma área de pastagem em Unaí. Trinta dias antes, ele filmou uma mãe tamanduá com um filhote nas costas no mesmo local. O animal, que tem três meses, foi levado para a Polícia Militar.
“Vendo a situação do filhote, que estava sozinho e chamava pela mãe, o fazendeiro tentou localizá-la, contudo não a encontrou. Diante dessa situação, trouxe o animal para a companhia”, explica o tenente Marcos Paulo.
Márcio Rabelo é o fazendeiro que fez o resgate. Ele também é veterinário e viu a mãe com o filhote por várias vezes enquanto andava a cavalo pelo pasto. Na última vez, há 30 dias, fez um vídeo.
“Ela ficava tranquila, comia ao lado dos bois que estavam pastando. Via sempre por aqui e a encontrei várias vezes com o filhotinho nas costas. Acredito que ela tenha morrido, já que o filhotinho estava sozinho e emitia um barulho como se fosse um choro”, fala Márcio. A propriedade dele fica a 30 quilômetros de Unaí.
O animal tem hábitos solitários, exceto para acasalar ou quando a fêmea cuida do filhote. A gestação dura aproximadamente seis meses e apenas um filhote nasce por vez. As crias costumam ser carregadas no dorso da mãe por alguns meses.
Vídeo mostra tamanduá com filhote nas costas em Unaí.
Após receberem o bichinho, os policiais acionaram a veterinária Juliana Mori, que tem especialização em clínica e cirurgia de animais selvagens e exóticos.
“Ele chegou hoje em nossa clínica com leve desidratação, diarreia e magro. O filhote precisa de uma alimentação especial, bem balanceada, composta por leite sem lactose, creme de leite, ração para gatos e suplementos”, explica a especialista.
O bebê tamanduá vai ficar na clínica até que os órgãos responsáveis determinem o futuro dele. O tamanduá-bandeira é um dos maiores mamíferos do país. A cauda dele lembra uma bandeira, por isso o nome. A faixa que cruza o corpo do animal funciona como se fosse uma impressão digital, por ser única.
Na natureza, o animal tem alimentação composta basicamente por formigas e cupins. A língua do tamanduá é especializada na captura desses insetos. Com uma substância viscosa e comprimento que chega a 70 centímetros, é própria para entrar em cupinzeiros e formigueiros.
“Para voltar à natureza ele precisa passar por um longo processo de reabilitação, que inclui aprender a se alimentar sozinho e aprender a se defender de predadores, mas principalmente, a ter medo do homem. O convívio com o ser humano, desde bebê, acaba ‘humanizando’ o animal silvestre, o que é prejudicial ao seu retorno em vida livre”, explica a veterinária.
Por Michelly Oda
Fonte: G1