Fim das charretes tem impasse entre prefeitura e condutores em São Lourenço, MG

Uma das principais estâncias hidrominerais de Minas, São Lourenço, no Sul do estado, vive um impasse. De um lado, os condutores das tradicionais charretes, que recusam a troca dos cavalos por tuk-tuks, triciclos voltados para passeios turísticos. Do outro, a prefeitura, que pretende se antecipar ao Projeto de Lei 189/2019, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e prevê a extinção de veículos de tração animal dentro dos perímetros urbanos do estado.
Na última sexta-feira (5/8), uma reunião entre as partes, que contou também com a presença do deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD), identificado com a causa animal, terminou sem acordo. Foi oferecida uma indenização de R$ 30 mil para cada um dos condutores. O valor, segundo o presidente da Associação dos Charreteiros de São Lourenço, Nelson Roque Maciel, foi recusado. “Foi uma uma reunião muito conturbada, e não houve nenhum acordo oficial por nossa parte”, explicou Maciel. “O que estamos pedindo como indenização é R$ 100 mil por cada charrete. Eles ofereceram um tuk-tuk ou uma indenização de R$ 30 mil, mas esse valor não é interessante”, completou Maciel.
O presidente da associação afirma ainda que o deputado Osvaldo Lopes fez um levantamento informal no fim da reunião sobre a preferência de cada um dos charreteiros, mas que o documento não significava que uma decisão estava tomada pela categoria. “O deputado aproveitou um momento de euforia no fim da reunião e começou a chamar e perguntar aos charreteiros o que eles escolhiam: os R$ 30 mil ou o tuk-tuk. Agora estão usando essa lista de presença para divulgar que já está oficializado o acordo, sendo que isso não é verdade”, disse Maciel.
Outro lado
Já o deputado Osvaldo Lopes afirmou que, dos 42 charreteiros do município, 30 já concordaram com a substituição dos cavalos pelos tuk-tuks. Segundo Lopes, ele enviou uma emenda parlamentar de R$ 1,3 milhão para o município viabilizar a troca. “O acordo vai garantir indenização no valor de R$ 30 mil para cada charreteiro, possibilitando a compra de uma carruagem elétrica ou utilizarem o recurso para o exercício de outra atividade. Para chegar a esse consenso, me reuni por diversas vezes com os charreteiros pessoalmente, ouvindo suas demandas e dúvidas”, disse.
Ele também garantiu ter um documento assinado pelos charreteiros. “Até o dia 20 de agosto, eles terão que comparecer à prefeitura para assinar uma carta de intenção”, afirmou.
Segundo a secretária de Saúde do município, Patrícia Lessa, o prazo apertado é causado pelo Orçamento do município, que terá de ser votado até o dia 30 de agosto. “O projeto de lei tem que ser enviado à Câmara rapidamente. Queremos saber agora se eles vão querer os tuk-tuks ou a indenização, pois temos que dar um prazo para eles se adequarem”, disse ela.
Por Luciene Garcia
Fonte: Estado de Minas
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