Fórum de Defesa dos Animais de Curitiba avalia propostas de candidatos a prefeito

Fórum de Defesa dos Animais de Curitiba avalia propostas de candidatos a prefeito

O Blog Papo Pet publicou, desde 4 de outubro, Dia dos Animais, uma série sobre as propostas para a Proteção Animal dos candidatos à Prefeitura de Curitiba. Contamos com a participação de 12, dos 16 candidatos: Rafael Greca, Christiane Yared, Goura, Prof. Mocellin, Dr. Guilherme, João Arruda, Francischini, Eloy Casagrande, Marisa Lobo, Carol Arns, Paulo Opuszka e Leticia Lanz.     

A partir das publicações feita no Blog Papo Pet pedimos ao Fórum de Defesa dos Animais de Curitiba e Região, fundado em 2003, para analisar as propostas encaminhadas pelos candidatos.

Para a secretária executiva do FDDA e educadora ambiental, Laélia Tonhozi, se as propostas fossem reunidas, retirando algumas esdrúxulas e até ilegais, teríamos um bom desenho do que a cidade de Curitiba precisaria para efetivamente atender os interesses dos animais. “Evidente fica também, um certo desconhecimento por parte de alguns candidatos/as, sobre as políticas já existentes, bem como da legislação”, analisa.

Sobre uma das propostas, que se refere à criação de animais domésticos em Curitiba, Laelia ressalta que existe legislação que impede, incluindo a criação para o consumo, bem como não condiz com o contexto ético de avanço civilizatório que se quer atingir.

A educadora ambiental também reflete sobre a falta de conhecimento de alguns candidatos. “Há críticas a serviços muito bem desenvolvidos atualmente, como é o caso do programa de castração de cães e gatos”, explica. Para Laelia, o programa deverá ser incrementado para que se possa atingir um número maior de atendimentos. “Educa-se a população através deste procedimento de cuidado com a vida”, enfatiza.

Ela destaca algumas ausências entre as propostas. “Não houve referência à oferta de alimentação sem adição de produtos de origem animal. É importante esta vivência por alunos/as em escolas, professores/as, servidores/as”, comenta. “As Políticas de Educação Ambiental Humanitária também foram pouco exploradas pelos candidatos/as: é necessário o desenvolvimento e o fortalecimento de valores para o respeito a todos os seres”, analisa.  

Laélia lembra que o vitorioso/a deverá cumprir a lei que proíbe os fogos de artifícios de grande impacto a partir de 1º de dezembro. “Sem chance para o barulho”, diz. E ressalta ser fundamental o diálogo com a sociedade, com as organizações da sociedade civil e de protetores e protetoras que apoiam o Estado e que devem ter seu serviço reconhecido e respeitado, sem estigmas ou preconceitos.  Lembrar sempre que a vida forma um continuum único. E que a cidade é de todos”, finaliza.

O FDDA destaca-se entre as boas ideias:

 – Criação do Centro de Referência de Animais Silvestres em Risco e atendimento móvel a estes animais;

– Ações para o combate ao tráfico de animais, bem como o manejo ético de animais silvestres;

– Transformação do Zoológico em Centro de Conservação da Vida Selvagem, no objetivo de mudar o conceito de zoo como espaço de confinamento de animais e de visitação pública.

– Reafirmar o conceito de Saúde Única: considerar a interdependência de todos os seres, humanos e não humanos e o meio ambiente, em relação sistêmica e integrada, buscando o bem estar de todos;

– Manter as políticas já existentes e que são fruto de muita luta pelo segmento de defesa dos animais.

– Incrementar o controle ético de cães gatos e melhor instrumentalizar a fiscalização de maus tratos, atendimento médico veterinário, estímulos a adoção responsável;

– Ampliação do Centro de Referência de Animais em Situação de Risco, bem como seu melhor aparelhamento para atender a população e os animais, com contratação de pessoal, ambulância veterinária, entre outros;

– Incrementar o acesso da população aos atendimentos médico-veterinários, sempre considerando que mais importante do que a condição e o interesse do tutor/a, é a necessidade do animal, na busca do alívio da dor e do sofrimento;

– Hospital veterinário ou clínicas públicas: necessário avaliar bem esta possibilidade. Talvez o credenciamento de clínicas, parcerias com universidades, etc.  O que podemos adiantar é que o segmento, de forma majoritária, deseja um hospital veterinário público;

– Aplicação da legislação existente, que é boa, devendo ser estabelecido algo como um Código de Direito Animal, ou uma lei que garanta as políticas para a fauna doméstica, silvestre e sinantropica, ambiente equilibrado, fontes de receitas.

– Conselho Tutelar Animal, regionalizado: parece uma ideia boa. Teria que ser melhor estudado;

– Criar legislação e garantias para os animais comunitário, lembrando que temos legislação estadual que já prevê a figura do “cão comunitário”

– Inventário da fauna da cidade e censo animal para conhecer o perfil da população de cães e gatos. É necessário ter números e perfis para termos os indicadores para as políticas públicas;

– Envolvimento de universidades, centros de pesquisas e organizações na definição, desenvolvimento e acompanhamento das políticas. Gerar o sentimento de pertencimento e de cidadania é fundamental!

Sobre o Fórum de Defesa dos Direitos dos Animais de Curitiba e Região:  fundado em 2003 está em constante luta e vigilância! Estamos abertos/as ao diálogo permanente e contamos com a transparência das ações e políticas para bem atender os interesses dos animais, que têm interesse em viver e em não sofrer!

Por Fabiana Ferreira 

Fonte: Bem Paraná

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