Fotógrafo registra luto entre gorilas após a morte de membros do bando

Fotógrafo registra luto entre gorilas após a morte de membros do bando
UM GORILA-DAS-MONTANHAS JOVEM INSPECIONA O CORPO DE SUA MÃE QUE MORREU POR HORAS. ELA MORREU NO PARQUE NACIONAL DOS VULCÕES DE RUANDA D (FOTO: IAN FOSSEY GORILLA FUND INTERNATIONAL (GORILLAFUND.ORG) / CREATIVE COMMONS)

Dois gorilas-da-montanha do Parque Nacional dos Vulcões de Ruanda adoeceram e morreram, causando comoção e luto entre vários animais do mesmo bando. A situação foi fotografada e estudada por um time de pesquisadores da Instituição Dian Fossey Gorilla Fund, responsável por proteger os gorilas e seus habitats.

Os gorilas sentaram com o corpo, cheiraram, o cutucaram e até o lamberam. Faleceu uma fêmea dominante, chamada Tuck, e um macho, conhecido como Titus, ambos de aproximadamente 30 anos. De acordo com os especialistas, essa é uma idade avançada para os padrões da espécie.

Após análise da cena, um estudo foi publicado e apontou que os gorilas que mantém laços genéticos e sociais mais próximos em relação aos que morreram passam mais tempo com os corpos. Quanto mais forte o laço, mais notável é a interação, podendo os animais passarem até dias ao lado dos mortos.

O filho de Tuck, por exemplo, tentou mover a cabeça da mãe com as mãos e até tentou mamar, embora já tenha passado pela fase do desmame. Membros mais velhos do grupo bateram no peito, destroçaram plantas e observaram fixamente o corpo do animal.

UM GRUPO DE GORILAS-DE-GRAUER PRÓXIMO A UM GORILA MORTO QUE NÃO FAZIA PARTE DO BANDO. (FOTO: DIAN FOSSEY GORILLA FUND INTERNACIONAL (GORILLAFUND.ORG) / CREATIVE COMMONS)
UM GRUPO DE GORILAS-DE-GRAUER PRÓXIMO A UM GORILA MORTO QUE NÃO FAZIA PARTE DO BANDO. (FOTO: DIAN FOSSEY GORILLA FUND INTERNACIONAL (GORILLAFUND.ORG) / CREATIVE COMMONS)

A cena de luto foi comparada a outra situação que ocorreu após a morte de um gorila, que foi encontrado por um grupo de outros membros da espécie no Parque Nacional Kahuzi-Biega, na República Democrática do Congo. Segundo Amy Porter, que liderou o estudo, os animais teriam lamentado a morte e batido no peito, mesmo que o indivíduo morto fosse desconhecido para a maioria deles.

A pesquisadora ainda apresentou na pesquisa uma preocupação sobre a transmissão do vírus ebola entre os gorilas, já que os rituais de luto podem espalhar os vírus. Ela cita na pesquisa um outro estudo que revelou que o índice de morte em gorilas afetados pela doença no Parque Nacional Odzala-Kokoua, no Congo, chegou a ser de 95%, entre dezembro de 2003 a julho de 2004, após contato com um animal infectado ou com um corpo de outro gorila.

Fonte: Galileu

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