Frentista resgata cão durante ventania: ‘Entraria no redemoinho para salvá-lo’
“Quando eu vi aquele vendaval como se fosse um tornado, a primeira coisa foi saber onde o meu ‘xodó’ estava. Vi que ele ficou perdido e com risco de vida. Então corri e peguei ele no colo para sairmos do local o quanto antes”.
O relato é do frentista Antônio Ferreira, de 38 anos, que aparece em um vídeo enviado ao G1 resgatando um cachorro durante a passagem de um redemoinho no posto em que trabalha, em Cerqueira César (SP).
O vídeo que mostra o fenômeno foi gravado pelo colega de trabalho Murilo Corona Mantovani na segunda-feira (18).
Nas imagens é possível observar a ventania próxima ao estabelecimento, objetos voando e o telhado do lava-rápido danificado.
Segundo Antônio, ele trabalha há cinco anos no posto e o cachorro “mora” no estabelecimento junto com outros animais. Para ele, foi assustador.
“Eu já tinha visto algo parecido outras vezes, mas sempre com intensidade fraca. Como foi hoje não tinha visto não. Então, corri pra pegar o cachorro porque ele ficou perdido olhando e quase que entrou na ventania”, relata.
Ainda segundo Antônio, a ventania chamou a atenção de todos. “Todo mundo se assustou e chamou muita atenção. Ainda bem que não aconteceu nada grave”, diz.
Susto
Murilo Mantovani também trabalha no posto e conta que todos se assustaram com a ventania, que começou às 15h. “Estava trabalhando, quando vimos aquele vendaval com formato de tornado e bem forte. Todo mundo se assustou. Primeira vez que vi isso. Vi entulhos, objetos voando”, relatou ao G1.
Segundo o frentista, pessoas que estavam sentadas na parte de fora de um restaurante que fica ao lado do posto correram para dentro do estabelecimento.
“Havia gente do lado de fora comendo e quando viram aquilo correram para dentro do restaurante. Chamou a atenção de todo mundo”, relatou.
Ainda de acordo com o morador, o telhado do lava-rápido do posto ficou danificado, mas ninguém se feriu. “Houve dano só no telhado do lava-rápido. Mas ainda bem que ninguém ficou ferido e não ficou mais forte”, diz.
Redemoinho
De acordo com o meteorologista do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (IPMet) de Bauru, Thiago Guerreiro Ferreira, o fenômeno registrado foi um redemoinho.
“Ele tem formação do vento. Ele gira em forma de um tornado, mas gira com velocidade menor. Pode chegar a alguns metros de altura, levantar poeira e até danificar estruturas mais frágeis, como telhados”, explica.
Ainda segundo Thiago, a formação de um redemoinho acontece quando existe uma diferença de temperatura entre dois lugares, sendo um muito frio e o outro muito quente.
Neste momento, o vento se intensifica e forma o redemoinho, que geralmente não dura nem um minuto.
“Eles duram pouco e é normal acontecer em dias quentes, de pouco vento. A superfície aquece e quando o ar aquece também, ele sobe na atmosfera e já vai em forma de espiral”, diz.
A diferença do redemoinho e tornado é que o tornado é ligado a uma nuvem, além de ser mais alto e mais forte.
Segundo o meteorologista, os redemoinhos não apresentam riscos e, geralmente, acontecem de forma bem rápida.
Já os tornados são formados através de uma nuvem e chegam a ser bem altos e com ventos muito fortes.
Assista aos vídeos clicando aqui.
Por Paola Patriarca