Fronteiras políticas somem em esforço para acabar com caça e conflitos entre homens e animais

Fronteiras políticas somem em esforço para acabar com caça e conflitos entre homens e animais
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Recentemente, uma delegação de burocratas, guardas-florestais, conservacionistas e pesquisadores da Índia, Nepal e Butão, que tiveram um diálogo sobre a reconciliação de humanos com a vida selvagem em Kangchenjunga Landscape (KL) recomendou realizar um censo conjunto de elefantes na expansão transfronteiriça, criar uma força tarefa conjunta para acabar com o comércio ilegal de vida selvagem e definir medidas duras para proteger espécies ameaçadas de extinção na região.

Foto: Toy, AP e AFP

O diálogo na Interface de Reconciliação Humana-Vida Selvagem no Kangchenjunga Landscape foi organizado pela Direção Florestal do Bengal Oeste e o Centro Internacional para Desenvolvimento Integrado de Montanhas com base no Nepal, em Siliguri.

Soumitra Dasgupta, ministro de meio-ambiente, floresta e mudanças climáticas, disse: “KL é um local com uma biodiversidade extremamente importante do qual os três países compartilham, e a vida selvagem não entende fronteiras políticas”.

KL é uma das seis terras transfronteiriças no Himalaia Hindu que cobre uma área de mais de 25 mil quilômetros quadrados espalhados entre Nepal, Butão, Siquim e Bengala Ocidental na Índia. É listado entre os dez centos mais críticos para biodiversidade e endemismo, com uma vasta diversidade de espécies de fauna e flora.

Com uma variação de elevação que excede 8.000 metros, a região abriga mais de 4.500 espécies de plantas, 169 espécies de mamíferos e 813 espécies de aves. O local também é lar de mais de sete milhões de pessoas de variadas origens sociais, muitas das quais são tribos indígenas. A biodiversidade rica e diversa gera um intenso conflito entre homens e animais na região, sendo que os humanos tomam os habitats dos animais, espécies ameaçadas de extinção como o leopardo da neve, urso negro do Himalaia e o cervo-almiscarado, e mudam a natureza da terra de floresta para agricultura, dizimando os meios de subsistência das tribos indígenas.

“A maioria dos desafios são transfronteiriços na natureza. As três nações deveriam verificá-los em conjunto”, disse B. P. Pradhan, chefe de conservação florestal de Siquim.

“Há uma necessidade urgente de monitorar, estudar e compartilhar informações coletivamente sobre o movimento da vida selvagem na região”, disse Gopal Prakash Bhattarai, do departamento de Parques Nacionais e Conservação de Vida Selvagem no Nepal. “A força tarefa reportará realidades da região para autoridades dos três países”, disse Shyama Prasad Pandey, secretário da Sociedade de Proteção da Fauna Ophio e Direitos dos Animais.

Por Zeeshan Javed / Tradução de Alice Wehrle Gomide    

Fonte:  Times of India

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