Funcionário de pet shop é indiciado por maus-tratos a cão durante banho e tosa em Macapá, AP

Funcionário de pet shop é indiciado por maus-tratos a cão durante banho e tosa em Macapá, AP
Cicatriz da cirurgia para retirada de nódulo do pescoço do cachorro — Foto: Lidiana Alves/Arquivo pessoal

O funcionário de um pet shop no Centro de Macapá, investigado por agredir um cachorro da raça shih-tzu durante o banho, foi indiciado pela Delegacia de Meio Ambiente (Dema) da Polícia Civil e responderá pelo crime de maus-tratos a animais.

A tutora do cão registrou boletim de ocorrência em 14 de julho e disse que flagrou o homem cometendo as agressões através de gravações do sistema de segurança do estabelecimento. As imagens foram anexadas ao inquérito.

O acusado prestou depoimento e reconheceu que segurou o animal com mais força do que o necessário porque o cãozinho estaria muito agitado, entretanto, alegou que não fez com intenção de machucá-lo. A polícia não informou o nome do indiciado e o G1 não localizou a defesa dele.

O caso aconteceu no dia 9 de julho, conforme relatou a bióloga Lidiana Alves, de 49 anos, dona do animal. Ela contou que o cão voltou diferente do pet shop e, além disso, dias depois, ela encontrou um nódulo no pescoço dele e desconfiou de maus-tratos.

Lidiana Alves junto com cachorro Gavel. — Foto: Arquivo Pessoal
Lidiana Alves junto com cachorro Gavel. — Foto: Arquivo Pessoal

Com isso, foi até o pet shop no mesmo dia e pediu para ver as imagens das câmeras de segurança do circuito interno. Após quase 4 horas olhando todos os registros, contou que viu as agressões sofridas pelo cãozinho em uma das gravações.

“Ele estava engasgando o bichinho, pegava o cachorro pelo pescoço e colocava deitado na mesa e pressionava com as duas mãos. Foi uma situação terrível. Só de ver aquilo eu pirei na hora. Essa imagem não sai da minha cabeça até agora”, detalha Lidiana.

Gavel, de apenas 7 meses, precisou passar por um procedimento cirúrgico para retirada do nódulo. A bióloga ainda afirmou que o pet shop arcou com as despesas da consulta, medicamentos e cirurgia.

O advogado Marlo Almeida Salvador, responsável pela defesa do pet shop, informou que o identificado como autor da violência contra o animal foi demitido.

Lidiana registrou um boletim de ocorrência e a Dema passou a investigar o caso. A empresa não disponibilizou as imagens para que a tutora apresentasse à Polícia Civil, entretanto, a delegacia exigiu os vídeos e o material foi incluído no inquérito.

Lívia Pontes, delegada titular da Dema. — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica
Lívia Pontes, delegada titular da Dema. — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

Diante dos indícios de maus-tratos confirmados pela perícia policial, a delegada titular da Dema, Lívia Pontes, decidiu pelo indiciamento do funcionário na terça-feira (27).

“A proprietária do estabelecimento disponibilizou o acesso a tais imagens, sendo que, ao analisá-las, ambas se surpreenderam com o cão sendo maltratado pelo indiciado, que apertava a cabeça do animal contra a mesa de procedimento”, disse a delegada.

Após ouvir as testemunhas e analisar as filmagens, o funcionário foi indiciado por maus-tratos a animais e o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público do Amapá (MP-AP).

Por Núbia Pacheco e Victor Vidigal

Fonte: G1

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