Gaivota é encontrada em SP com dois anzóis de pesca no estômago; fotos
Uma gaivota (Larus dominicanus) morreu depois de ingerir acidentalmente dois anzóis de pesca no litoral de São Paulo. O animal foi resgatado desnutrido, mas não resistiu enquanto era preparado para uma cirurgia de emergência.
A ave foi encontrada nas proximidades da plataforma de pesca de Mongaguá (SP) com uma linha saindo pela boca. Um frequentador do local a levou à base do Instituto Biopesca, que monitora os animais nas praias da região.
“O gaivota estava muito magra. A radiografia foi realizada pela suspeita de ingestão de anzol, indicado pela linha de pesca e presença de lesões. Para a nossa surpresa, existiam dois anzóis ingeridos”, explica a médica veterinária Vanessa Ribeiro.
Diante do quadro clínico grave, a equipe do instituto preparou a ave para uma cirurgia de emergência. “Mas o animal já possuía sinais de dificuldade respiratória intensa, impedindo a anestesia”, diz a veterinária. A gaivota morreu em seguida.
Durante o exame de necropsia, os veterinários e biólogos verificaram que o estômago do animal estava vazio. Segundo Vanessa, o fato indica que a ave não estava conseguindo se alimentar há, pelo menos, uma semana antes do resgate.
Material de pesca
O médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador do Biopesca, explica que o material encontrado na gaivota é utilizado por pescadores de “fim de semana”. “Não é possível chegar ao dono, pois não é realizado cadastro e as pessoas podem comprar livremente”, diz.
A veterinária Vanessa Ribeiro diz que é possível evitar incidentes como esse verificando a existência de aves antes de lançar a linha com anzol. “Após o uso, descartar no local correto e jamais no mar, onde diversas espécies terão acesso e tentarão interagir “, orienta.
Uma solução observada pelos profissionais é a utilização de um anzol biodegradável, disponível no mercado. “Mas o custo é mais alto e, portanto a procura não é incentivada pelo comércio”, pondera Vanessa, ao considerar que o item é pouco usado.
Monitoramento costeiro
O instituto integra uma rede que monitora a costa paulista em decorrência da exploração de petróleo e gás natural no Pré-Sal da Bacia de Santos. Trata-se de uma ação exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a Petrobras.
O objetivo é avaliar eventuais impactos nas atividades de exploração de petróleo. Além do Biopesca, o Instituto Gremar participa dessa rede na costa paulista. Para resgates de animais é recomendado ligar para os telefones 0800 642 3341 ou (13) 99601-2570.
Por José Claudio Pimentel, G1 Santos
Fonte: G1