Gavião atingido por disparos de arma de pressão no interior do RS é solto na natureza após tratamento

Gavião atingido por disparos de arma de pressão no interior do RS é solto na natureza após tratamento
Fotos: Brigada Militar

No último dia 19, populares encontraram um gavião carrapateiro (Milvago chimachima) às margens da BR-116, em Vacaria. Ele havia sido atingido por disparos de espingarda de pressão e estava com ferimentos em uma das asas.

Eles entregaram o animal para policiais da Brigada Militar, que intermediaram o contato com a veterinária Renata Kowalsku e o educador ambiental Herbert Hasse Júnior.

Após uma semana de tratamento feito pelos profissionais, a ave foi ‘solta’ de volta à natureza nesta quarta-feira, 25 de novembro.

O carrapateiro é uma ave falcociforme da família Falconidae. É um dos gaviões mais conhecidos do Brasil. Também é conhecido pelos nomes de caracará-branco, caracaraí, caracaratinga, carapinhé, chimango, gavião-pinhé, papa-bicheira, pinhé, pinhém, chimango-branco e chimango-carrapateiro e chimango-do-campo e gavião-carrapateiro. É encontrado em todo o Brasil, com grande quantidade podendo ser encontrada no Rio Grande do Sul.

 Características

Mede entre 36 e 45 centímetros de comprimento, o peso do macho varia entre 277 e 335 gramas e o da fêmea varia entre 307 e 364 gramas. Sua envergadura atinge 74 centímetros. Cabeça e corpo branco-amarelado, dorso marrom-escuro, lista pós ocular preta, asas longas com mancha branca perceptível quando em voo. A cauda é longa com larga banda terminal marrom escura.

O dimorfismo sexual se apresenta numa área entre os olhos e o bico, onde o macho possui a pele nua com uma cor amarelo-alaranjada, na fêmea esta pele é de coloração rosa-pálido.

Alimenta-se principalmente dos parasitas de bovinos e equinos tais como carrapatos. Quando não encontra carrapatos, seu prato principal, alimenta-se de lagartas e cupins, saqueia ninhos, alimenta-se de carniça, frutas e outras opções. Em remanescentes florestais preda parasitas de herbívoros de grande porte, como a anta e os veados.

Mas esses animais não são encontrados com facilidade, nem em grande número, assim, pode-se dizer que é uma das poucas espécies que se beneficiam do desmatamento para a formação de pastos e criação de grandes rebanhos, pois encontra vasta quantidade de carrapatos. Nas regiões litorâneas se alimenta de peixes acostados pelas marés, conforme observado na Ilha do Mel.

Hábitos

O carrapateiro é frequentemente encontrado nas fazendas de gado, com o qual vive associado, retirando carrapatos destes. Frequentemente é encontrado retirando carrapatos de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris), pois estes animais, por viverem grande parte do tempo no meio aquático para proteção, acabam se tornando hospedeiros de grandes quantidades de carrapatos.

Habita pastagens, campos com árvores esparsas, vizinhanças de cidades e margens de rodovias. Quando em sobrevoo, emite um grito agudo que soa como “pinhé” (som que é suficiente para identificá-lo), semelhante ao canto do gavião-carijó (Rupornis magnirostris). É visto em áreas urbanas.

Por Elias Bielaski

Fonte: Clic Camaquã

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