Golfinhos ficam traumatizados quando são levados para parques temáticos
Um artigo publicado no periódico Journal of Applied Animal Welfare Science revelou como os golfinhos têm sofrido traumas quando levados para parques temáticos. No Japão, a caça desses animais e pequenas baleias acontece perto da cidade de Taiji.
No estudo, uma equipe de psicólogos e veterinários mostra, com base na análise em anos de dados, como esse processo de captura é traumático para os animais.
Diana Reiss é uma das coautoras da pesquisa e tem estudado a inteligência e a autoconsciência dos golfinhos há mais de 40 anos. Segundo ela, “esta prática [de levar os animais para parques temáticos] vai contra todas as práticas de bem-estar que são feitas em outros países”.
Para acuar os animais, os caçadores utilizam uma espécie de parede de ruído subaquático, batendo martelos e bastões no barco, criando um barulho alto, de cerca de 205 dB, que desorienta os golfinhos. Em seguida, os caçadores abatem parte dos golfinhos para a venda de carne. A outra parte dos animais é mantida viva, para ser vendida em outros países.
“O estresse e o trauma agudo resultantes de serem perseguidos no mar, dirigidos para a costa, encurralados por lanchas e depois violentamente manipulados durante o processo de seleção, são profundamente desumanos”, disse a líder do estudo Courtney Vail, da consultoria ambiental Lightkeepers Foundation.
De acordo com o jornal The Independent, na temporada de caça que terminou em fevereiro deste ano, quase 600 golfinhos já foram mortos e 250 levados em cativeiro.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo enfatizam o aspecto desumano dessas caças: “Os autores afirmam que esses dados detalhando os impactos negativos da perseguição, pastoreio e manipulação (captura) de pequenos cetáceos tornam essas caças inerentemente desumanas”.
A pesquisadora Philippa Brakes espera que, com base nas descobertas do estudo, esse tipo de prática de caça acabe. Em 2018, a decisão do Japão de querer se retirar da Comissão Internacional da Baleia foi criticada por especialistas do mundo todo.
Fonte: Galileu