Governo e ONGs enviam missão para área onde morreram botos no Amazonas

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou neste fim de semana que enviou biólogos à região de Tefé, no Amazonas, para investigar as mortes de botos que ocorreram recentemente na região.
Mais de cem animais foram encontrados mortos no local, vários deles localizados pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, que está atuando junto de ONGs. Na operação iniciada neste final de semana, equipes estão recolhendo carcaças dos mamíferos aquáticos e colhendo amostras de água.
Ainda não se sabe exatamente o que provocou a mortandade dos botos na região, mas o clima é a suspeita mais forte.
“Há indícios de que o calor e a seca histórica dos rios estejam provocando as mortes de peixes e mamíferos na região”, afirmaram, em nota. “O ICMBio segue reforçando as ações para identificar as causas e, com isso, adotar medidas para proteger as espécies.”
Na expedição enviada a Tefé, estão veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental do órgão.
O ICMBio diz estar recebendo ajuda também do Ibama, da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos da Região Norte (Remanor), da ONG WWF-Brasil e do governo do Amazonas.
O Instituto Mamirauá divulgou na região um alerta à população sobre o problema.
“Ainda é cedo para afirmarmos a causa deste evento extremo de mortandade, mas de acordo com nossos especialistas, certamente está associado ao período de estiagem e à alta da temperatura da água do Lago Tefé, que em alguns pontos está ultrapassando a marca de 39°C”, afirmou a entidade, em nota. “Até que a situação seja melhor compreendida, recomendamos para a população da região ter muito cuidado com o contato com a água do Lago Tefé, evitando o uso recreativo no mesmo.”
Antes da chegada do ICMBio, o Mamirauá e outras ONGs já estavam se organizando para responder ao problema.
“Contamos com equipes dedicadas ao monitoramento dos animais vivos, busca e recolhimento de carcaças, coleta de amostras para análises de doenças e da água, e monitoramento das águas do Lago Tefé, incluindo a temperatura da água e batimetria dos trechos críticos. Até o momento, R$ 100.000,00 já foram destinados para a ação.”
Fonte: Um Só Planeta