Grupo arrecada alimentos para animais que sobreviveram ao fogo em serra de Monte Alto, SP
Após uma série de incêndios na zona rural de Monte Alto (SP), um grupo de moradores se uniu para arrecadar alimentos e distribuir aos animais que vivem na região e estão sem o que comer por conta do fogo ter atingido as árvores frutíferas.
Vídeo: Após incêndio em serra, voluntários de Monte Alto, SP, cuidam dos bichos sobreviventes.
Diariamente, o mutirão sai em busca de doações na casa dos moradores da cidade e em varejões onde há descarte de frutas e verduras que, apesar de não estarem estragadas, já passaram do ponto de comercialização.
Em seguida, o grupo de voluntários leva os alimentos até a Brigada de Incêndios do Corpo de Bombeiros e segue em dois carros em direção à Serra do Barreiro, onde vivem espécies cachorro-do-mato, carcará, gavião, jaguatirica, lebre, macaco-prego, onça-parda, quati, seriema e tatu.
De um dia para o outro, eles veem o chão onde deixaram os alimentos repleto de pegadas e descobrem que o trabalho funcionou. Dono de um varejão, o empresário Leonardo Mussato não deixa nenhum funcionário esquecer de separar os alimentos para entregar aos voluntários.
“A gente viu nas redes sociais um pedido de socorro pelas queimadas que tiveram na serra. Os animaizinhos estão passando por um momento crítico ali. Este é o nosso momento de ajudar esses animais que são todos indefesos e precisam de nós”, diz.
O fogo começou no dia 8 em um canavial às margens da Rodovia José Della Vecchia e se espalhou pela região. Oito brigadistas e dois caminhões-pipa foram mobilizados para o combate às chamas, que levou cinco dias para ser finalizado.
“Estamos em alerta ainda, porque a situação é propícia para ocorrer novos incêndios”, diz o comandante Gilberto Luiz Goulart, que coordenou o trabalho dos brigadistas na Serra do Barreiro.
O trabalho do mutirão é acompanhado pela bióloga Daiane Barretos, que orientou os voluntários a espalharem as frutas e os bebedouros em pontos estratégicos da serra, onde há registro de grande movimentação dos animais.
“Agora, está bem complicado de identificar as pegadas por conta das folhas no chão, mas a gente consegue identificar que eles estão se locomovendo onde a gente distribuiu a comida. Tem uma gama de animais transitando”, diz.
A especialista afirma que Monte Alto registrou nos últimos meses uma das secas mais fortes pelas quais a cidade já passou, o que já representaria uma ameaça às árvores frutíferas. As queimadas, no entanto, agravaram o cenário.
“A gente dá subsídios para que os animais aguentem até chegar o período da chuva, para que as árvores consigam fornecer alimentos para eles. É o que a gente espera que aconteça”, diz.
Fonte: G1