Há 7 anos na porta de hospital em Nova Lima (MG), cão espera por tutor que morreu

Há 7 anos na porta de hospital em Nova Lima (MG), cão espera por tutor que morreu
Vira-lata 'Negão', morador do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima (Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A press)

Parece história de filme, mas, em muitas ocasiões, é a arte que imita a vida. Um cão vira-lata apelidado de “Negão” virou o mascote da equipe do hospital Nossa Senhora de Lourdes em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH (RMBH). 

Os funcionários do hospital contam que, segundo a lenda, “Negão” teria chegado em 2013, acompanhando o tutor, que faleceu pouco tempo depois. O cachorro, então, nunca mais abandonou a porta do hospital. 

Para quem conhece a história e convive com o animal, “Negão” está até hoje esperando a volta de seu melhor amigo.

Ao lado da ala pediátrica do hospital, é possível ver a casa de “Negão”. “A casinha foi uma doação de alguém que visitou o hospital”, conta Michele Cardoso, técnica de enfermagem. A funcionária do hospital relata que o vira-lata passa a maior parte do dia na lanchonete, onde ganha guloseimas dos frequentadores.  

O escritor Silvio Cerceau foi ao local como acompanhante da tia e ficou curioso com o cachorro que parecia ser amigo de todos no hospital. “Sempre me comovo quando vou a algum lugar e vejo um animal abandonado. Estava lanchando e dei um pouco de comida para ele.”

Silvio lembra que uma pessoa se aproximou e contou a triste história de “Negão”. O escritor fez um vídeo falando sobre o amor incondicional entre animal e ser humano.

Casinha doada por uma das visitas do hospital. (Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A press)

A enfermeira Jéssica Pádua diz que muitas pessoas se sentem responsáveis pelo animal. “Todo mundo dá algo para ele, comida, água. Tem gente que compra até marmita na lanchonete para o Negão.” 

Além de alimento, água e carinho, o cão também recebe tratamento de saúde. “Ele está com um problema no fígado, está com a barriga grande. O pessoal está dando o remédio certinho”, relata Jéssica. “Negão” ainda toma vermífugo todos os anos. “A gente faz isso para ele não transmitir alguma doença para os frequentadores”, acrescenta a enfermeira.

Campanha para adoção
 
Segundo a equipe de comunicação do hospital, em 2018, foi feita uma campanha para encontrar um lar para o cão. “Fizemos anúncio nas redes sociais, enviamos mensagens por aplicativos, mas não apareceu ninguém. As pessoas querem adotar filhotes, e ele já está bem velho”, relata a assessoria do hospital.

A equipe de comunicação disponibilizou um e-mail para que interessados em adotar o “Negão” possam entrar em contato. O endereço é [email protected].

Por Daniel Vilela

Fonte: Estado de Minas 

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