Hoje, dia 21 de junho, começa o festival de carne de cachorro em Yulin, na China

Hoje, dia 21 de junho, começa o festival de carne de cachorro em Yulin, na China

Hoje (21), a cidade de Yulin, na China, deverá abater milhares de cães e gatos para receber o solstício de verão.

O Lychee, também chamado de Festival Yulin de Carne de Cachorro, acontece anualmente na província de Guangxi, no sul da China. Esta data é uma “celebração” do início do verão e é comemorada, todos os anos, no dia 21 de junho. Durante o festival, estima-se que cerca de 10.000 gatos e cães sejam abatidos para consumo humano.

Na cultura chinesa, a carne de cachorro é legalizada e considerada benéfica durante os meses quentes do verão. Com ampla cobertura midiática negativa sobre o evento, ativistas e organizações têm feito pressão para banir a carne de cachorro, expondo as terríveis condições em que esses animais são criados e abatidos, mas simpatizantes da prática não concordam com a interferência estrangeira nas tradições locais.

A carne de cachorro não é consumida apenas na China, mas também em outros países como Vietnã, Coreia do Sul, Tailândia, Índia, Indonésia e Filipinas. Nestes países, a prática faz parte da cultura e é socialmente aceitável.

Cães criados para os mercados de carne são frequentemente retirados das ruas ou roubados de suas famílias. Esses animais são mantidos a vida inteira confinados em gaiolas de arame, com medo, expostos a temperaturas extremas e sem acesso a água e comida.

Em 2013, a Animal Equality investigou vários abatedouros e mercados de carne de cachorro na península de Leizhou e no resto da província de Guangdong, na China. Apesar da tentativa dos seguranças de impedirem o acesso, nossos investigadores testemunharam a forma com que milhares de animais chegavam amontoados nos caminhões em pequenas gaiolas. Graças a essas investigações, trinta e três pontos de venda e um abatedouro de cães, situados em Guangdong, foram fechados pelas autoridades chinesas.

Durante a viagem, os investigadores da organização conheceram a “Vita”, uma cachorrinha encontrada em um matadouro em Zhanjiang — um dos milhares de matadouros de cães do país. Seus olhos imploravam por ajuda e depois de conquistarem a confiança dos trabalhadores, nossos investigadores conseguiram resgatá-la. Vita estava grávida quando foi encontrada e hoje está cheia de saúde morando com a nova família, na Espanha. Ela deu à luz oito filhotes saudáveis, que brincam em segurança longe dos terríveis abatedouros. Assista aqui a história completa do resgate da Vita (sem legenda).

Saber que milhares de cães são submetidos, todos os anos, a extrema crueldade para que sua carne seja consumida por humanos pode ser muito chocante, pois na nossa sociedade cachorros são considerados grandes amigos e, algumas vezes, até parte da família. Os países ocidentais também possuem crenças culturais e embora não comamos cães e gatos, muitos outros animais, tão inteligentes e sensíveis quanto cães e gatos, são criados e abatidos para consumo humano.

Após milhares de estudos, cientistas mostraram que animais explorados para consumo como galinhas, vacas, coelhos e porcos são seres sencientes, que desenvolvem laços familiares e são inquisitivos, sociais, compassivos e inteligentes. Porcos, por exemplo, podem ser até mais inteligentes do que cachorros e sua inteligência pode ser comparada a de uma criança de três anos de idade.

Todos os animais sentem dor, medo e querem viver. A única diferença entre eles é a nossa percepção. Elimine carne, leite e ovos do seu prato e ajude a salvar a vida de milhões de animais.

Fotografia: Richard Austin / Rex USA

Fonte: Medium

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