Homem é investigado por crime ambiental após aparecer em vídeo carregando boto no Rio Amazonas
Um homem de 44 anos, que não teve a identidade divulgada pela polícia, é investigado por crime ambiental no Rio Amazonas, em Macapá. Ele aparece em um vídeo que gerou polêmica nas redes sociais, segurando um boto, simulando que havia pescado o animal e que iria levá-lo para a cidade para as pessoas comerem.
Ele foi identificado pela Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) e ouvido na quarta-feira (1º). O homem estava no bairro Pedrinhas, onde mora, na Zona Sul de Macapá, localizado com ajuda da Unidade de Polícia Comunitária (UPC) que atende a região.
No vídeo, o homem segura o animal aparentemente pesado, com ajuda dos dois braços; e diz: “Tá aí, ó, pegado no anzol o botozão porrudo. Só o filé. Botozão maluco. Veio comer a isca no anzol. Já tá seguro o bichão. Vamos levar pra galera comer em Macapá [sic]”.
Na delegacia, o investigado não soube repassar informações sobre a pessoa que, segundo ele, pescou o boto. O vídeo foi gravado no domingo (29), no rio em frente à orla da capital.
Para a polícia, ele alegou que não pescou o animal, mas descreveu que viu o boto em outra embarcação, pediu para segurá-lo e fez o vídeo.
Segundo a titular da Dema, delegada Lívia Pontes, o homem encarou a situação como uma brincadeira e não imaginava que o caso teria repercussão negativa.
Apesar de negar ter pescado o boto, ele responde por violar o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, que proíbe a caça e captura de animais silvestres. Se condenado na Justiça, a pena pode variar de 6 meses a um ano de prisão. Se o animal for de uma espécie em extinção, a pena pode dobrar.
Segundo a delegada, o crime é considerado de baixo potencial ofensivo e, por isso, as chances do homem ser preso são poucas.
“Assim que recebemos o vídeo passamos a diligenciar e ontem pela manhã soubemos que ele poderia ser do bairro Pedrinhas. Então diligenciamos para esse bairro e, com a ajuda dos colegas da UPC Araxá/Pedrinhas, conseguimos identificar e localizar o cidadão”, explicou.
A delegada frisou que o procedimento adotado foi um termo circunstanciado de ocorrência, onde o investigado assina um termo de compromisso, que é encaminhado para o poder judiciário.
O processo também será direcionado para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde poderá ser aplicada uma multa ao investigado.
Por Caio Coutinho e Willian Amanajás
Fonte: G1