Homem que mantinha animais sem comida e presos em banheiro é condenado em Rio Preto, SP
Um homem foi condenado por maus-tratos a animais em Rio Preto. O caso correu na 3ª Vara Criminal e estabeleceu uma pena de dois anos e oitos meses de reclusão. A investigação foi iniciada pela Polícia Civil em novembro de 2020. O réu, que descumpriu o acordo com o Ministério Público, não comprovou o pagamento da multa.
Por meio de fotografias, a apuração constatou os maus-tratos e, por meio de denúncia anônima, as autoridades certificaram que um dos animais morreu. “Devido às circunstâncias, alguns animais eram alimentados pelos próprios vizinhos e outros já haviam morrido de fome”, consta na sentença da juíza Carolina Marchiori Bueno Cocenzo.
O documento relata que os animais eram amarrados, passando sede e fome. “Diante das informações, os policiais deslocaram-se até a residência do acusado e informaram-lhe acerca da denúncia anônima, ocasião em que ele disse que possuía três cachorros, mas dois já haviam morrido e o terceiro havia falecido na noite anterior. Indagado acerca do local em que estava o último cachorro morto, o acusado conduziu os policiais até um terreno baldio a cerca de 100 metros, ocasião em que constataram um cachorro muito magro, com nítidos sinais de maus-tratos, com uma das pernas amarradas por um fio”, diz parte da sentença.
Ainda de acordo com o processo, o acusado confessou que os vizinhos alimentavam os animais. “Os policiais, então, questionaram se o acusado possuía mais animais na residência, ao que ele respondeu que não. Os policiais adentraram à residência e encontraram um porco trancado em um banheiro muito sujo e com muitas fezes do animal, sem comida ou água”.
Foi observado ainda que o local não tinha ligação de água, energia elétrica, tampouco comida. “Na residência ainda havia gaiolas, estilingues e esferas de metal. Todos os vizinhos confirmaram a violência, mas não quiseram se identificar por medo de represálias”.
Uma ONG de protetores fez o resgate do porco encontrado em um banheiro do imóvel. O homem, que não apresenta qualquer deficiência intelectual, reside juntamente com sua esposa, filha e neta.
Nenhuma delas chegou a dar um nome para a cadela. A cadela vivia solta e se alimentava de ração, mas o acusado ficou desempregado e a partir daí os vizinhos passaram a ajudar na alimentação da cadela fornecendo arroz, feijão e carne. Relatou que a cadela, há alguns dias, passou a ter muito carrapato e por este motivo foi necessário passar veneno em seu corpo para matar os carrapatos. A cadela estava muito fraca por conta dos carrapatos e acredita que ela não tenha aguentado o veneno e tenha morrido em função disso.
Consta na ação que o homem ao levantar-se deparou com a cadela morta no quintal de sua casa. “Decidiu então amarrá-la pelo pé com um fio elétrico e puxá-la até um terreno baldio próximo de sua casa, onde abandonou o corpo do animal. Não pegou no colo por medo de se contaminar pela pele do animal. A cadela não era presa com coleira, estava magra em razão da doença e não por falta de alimentação”.
Fonte: DHoje