Horror nas fazendas de peles na China: animais aterrorizados em gaiolas minúsculas, eletrocutados e esfolados
A Humane Society International (HSI) descobriu cenas de horror durante a investigação de 13 fazendas produtoras de peles, entre novembro e dezembro de 2020. As fotos e vídeos chocantes mostram martas, cães-guaxinins e raposas apertados em minúsculas gaiolas de metal ao longo de corredores.
Cães-guaxinins são vistos morrendo lentamente e agonizando antes de serem eletrocutados. Estressadas, as raposas giram repetidas vezes e em velocidade dentro da jaula com grades.
Os animais são esfolados em frente às gaiolas de seus companheiros e suas carcaças são atiradas e empilhadas.
A Human Society International (HSI) alega ter encontrado nas fazendas de peles chinesa múltiplas violações de regulamentos sobre alojamento e bem-estar dos animais, abate e controle de epidemia que foram denunciadas pelos ativistas às autoridades.
A entidade reivindica medidas básicas de biossegurança que não têm sido seguidas nas fazendas de pele, e nem mesmo com a pandemia de coronavírus, onde já ocorreram surtos.
Um fazendeiro admitiu que a carne dos animais abatidos para pele estava sendo vendida a restaurantes para o consumo humano, segundo a HSI.
Claire Bass, diretora executiva da HSI, no Reino Unido, disse: “É uma realidade repugnante de vida e morte de animais em fazendas de pele que está há um milhão de milhas de distância da imagem glamurosa que o mercado tenta retratar.”
“É de cortar o coração saber que a primeira e única vez que estes cães-guaxinins veem o mundo do lado de fora da própria gaiola é no momento em que eles são arrancados dela para agonizar com choque elétrico de alta voltagem para paralisar corpos.”
“Além das condições de confinamento, nossos investigadores também testemunharam a quase total ausência de controle de doenças e medidas de proteção de saúde nas fazendas de pele, as quais são extremamente preocupantes considerando que as martas, os cães-guaxinins e as raposas são todos capazes de contrair coronavírus.
“O Reino Unido importa milhões de libras de pele da China, assim como de outros países, e não há absolutamente nada que impeça as fazendas de pele, assim como outras que filmamos, de venderem para lojas e mercados virtuais.”
O professor Alastair MacMillan, consultor veterinário da HSI acrescentou: “Os animais neste vídeo são submetidos à violenta e caótica eletrocussão no corpo, mas não no cérebro, o que significa que é altamente provável que eles tenham experimentado vários minutos de extrema dor física e sofrimento, como os sintomas de um ataque de coração.”
“Em vez de uma morte instantânea, provavelmente eles foram imobilizados por choques elétricos, mas permaneceram conscientes e sentiram a dor intensa da eletrocussão.”
A investigação faz parte da campanha HSI’s #FurFreeBritain, que exige a proibição da venda de pele importada no Reino Unido.
A fazenda de pele foi proibida na Inglaterra e no País de Gales no ano 2000, e na Escócia e na Irlanda do Norte, desde 2002.
Mas em 2019 o Reino Unido importou 55.928.562 em libras de pele originada de outros países, incluindo 5,3 milhões de libras da China, o maior exportador de pele, segundo os dados de HMRC.
Bass afirmou: “Apesar de a investigação ter sido na China, as cenas da mesma forma angustiantes de animais mentalmente doentes serem mantidos confinados em minúsculas gaiolas com grades também podem ser vistas em fazendas-fábricas com este tipo de jaulas em fazendas de pele pela Europa e América do Norte.
A criação de animais para produção de peles em fábricas, por si só, provoca um sofrimento terrível e um risco inaceitável para a saúde pública.
“O governo britânico não pode fechar as fazendas de pele no exterior, mas o Reino Unido pode parar de fornecer pele para o mercado, por isso são benvindos os sinais de que o governo está comprometido em proibir a venda de peles.”
“Tal proibição enviaria uma mensagem clara que não negociaremos com a crueldade animal por causa de acessórios frívolos, fora de moda e desnecessários.”
A enquete realizada pela YouGov com 1.682 adultos britânicos em março de 2020 mostrou que 93% se recusam a usar pele e 72% apoiam a proibição de venda.
A porta-voz da Defra disse: “Temos um dos maiores padrões de bem-estar no mundo, e isto é uma fonte de orgulho e também um claro reflexo das atitudes britânicas em relação aos animais.”
“As fazendas de pele são altamente proibidas neste país há 20 anos.”
“Agora que a nossa futura relação com a UE foi estabelecida, temos a oportunidade de considerar que podemos tomar outras medidas em relação à venda de peles.”
Por Katie Harris / Tradução de Katia Buffolo
Fonte: Express